Na véspera, moeda
dos EUA fechou a R$ 4,4407 e renovou patamar recorde.
Cédulas de dólar — Foto: Visual Hunt
Por: Visão
do Araripe
O dólar opera em alta
nesta quinta-feira (27), atingindo pela primeira vez a cotação de R$ 4,46 e
subindo pela sétima sessão consecutiva, em meio a temores sobre a expansão do
coronavírus e impactos na economia global.
Às 9h49, a moeda dos EUA era negociada a R$
4,4583, com alta de 0,39. Na máxima até o momento, chegou a R$ 4,4633. Veja mais cotações.
Na véspera, o dólar fechou em alta de
1,10%, a R$ 4,4407, renovando recorde de fechamento nominal (sem considerar a
inflação), em meio ao avanço da epidemia de coronavírus pelo mundo e com a confirmação
do primeiro caso no Brasil. Na máxima da sessão, chegou a R$
4,4475, até então a maior cotação nominal intradia já registrada no país. No
mês, o dólar acumulou alta de 3,63%. Em 2020, já subiu 10,75%.
Em tentativa de limitar a disparada do
dólar, o Banco Central realizará neste pregão leilão extraordinário de até 20
mil contratos de swap tradicional com vencimento em agosto, outubro e dezembro
de 2020, conforme anunciado na quarta-feira, destaca a agência Reuters.
Tensão global
No exterior, as bolsas
europeias tinham mais um dia de queda. Investidores temem os
impactos do avanço do coronavírus no crescimento da economia global e mais
empresas alertaram que o surto afetará seus lucros e resultados, incluindo
Microsoft e AB InBev.
Na
China, as bolsas fecharam em leve alta, com um menor número de
mortes devido ao coronavírus e após o governo sinalizar mais suporte para a
economia doméstica. No Japão, índice Nikkei fechou em queda de 2,13% e, em
Seul, o índice KOSPI perdeu 1,05%.
Já os preços
do petróleo caíam cerca de 2% nesta quinta-feira, no quinto dia
consecutivo de perdas, para o menor nível desde janeiro de 2019. O petróleo
Brent caiu abaixo de US$ 53 o barril, enquanto que petróleo dos Estados Unidos
recuou para menos de US$ 48 por barril.
Por conta de fluxos elevados de capitais
para mercados de menor risco, o dólar segue se valorizando frente a outras
moedas, em especial moedas de países emergentes como o real.
Embora o maior número de casos confirmados
e os principais impactos ainda estejam concentrados na China, os temores de uma
pandemia intensificaram-se com autoridades pelo mundo lutando para prevenir a
disseminação do vírus, que já foi registrado em cerca de 30 países, gerando
interrupção de produção e consumo na China, e também a paralisação de algumas
atividades em países como Coréia do Sul, Irã e Itália.
Na quarta-feira, foi a
vez do J.P. Morgan revisar suas projeções para o crescimento mundial e, em
consequência, o banco americano cortou sua expectativa para a expansão do
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, de 1,9% para 1,8%. A revisão
ocorreu na esteira de uma desaceleração mais intensa do que o esperado pela
instituição no crescimento da China neste 1º trimestre.
O que explica as altas recentes
Além das preocupações
sobre o impacto do coronavírus, o dólar mais valorizado nas últimas semanas tem
refletido os juros em mínimas históricas no Brasil e as perspectivas sobre o
ritmo de crescimento da economia brasileira e andamento das reformas.
Diversas instituições financeiras têm
revisado para baixo suas perspectivas para o crescimento econômico em 2020 na
esteira da disseminação do novo coronavírus e da percepção de uma lentidão um
pouco maior que o esperado no ritmo de crescimento neste início de ano.
O mercado
brasileiro reduziu para 2,20% a previsão a alta do PIB em 2020,
segundo a pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta quarta, mas diversos
bancos e consultorias já estimam um crescimento abaixo de 2%.
Já a projeção do mercado para a taxa
de câmbio no fim de 2020 subiu de R$ 4,10 para R$ 4,15 por
dólar. Para o fechamento de 2021, subiu de R$ 4,11 para R$ 4,15 por dólar.
A redução sucessiva da Selic desde julho de
2019 também contribui para uma maior desvalorização do real ante o dólar. Isso
porque diminuiu ainda mais o diferencial de juros entre Brasil e outros pares
emergentes, o que pode tornar o investimento no país menos atrativo para
estrangeiros e gerar um fluxo de saída de dólar. E cresce no mercado as apostas
sobre a chance de um possível novo corte na Selic, atualmente em 4,25%
ao ano.
Fonte: G1
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