sábado, 19 de outubro de 2013

Centenário de Vinícius de Moraes

Imagem de internet


Há 100 anos nascia o "poetinha", apelido de um dos mais famosos letristas do Brasil, que contribuiu para definir a bossa nova com clássicos como "Garota de Ipanema"

Polêmico, boêmio e conquistador. Marcus Vinicius de Moraes, o "Poetinha", nascia há 100 anos em 19 de outubro de 1913. Nativo do Rio de Janeiro, um dos maiores letristas do País fez da capital fluminense um cenário frequente de músicas que definiram a bossa nova e apontaram um caminho para a MPB.
Observador, Vinicius soube contemplar como poucos o charme da cidade e das mulheres que por ele passaram, vistas com muito lirismo. Amores, encontros e desencontros foram retratados em seus poemas e musicados em parcerias com medalhões como Tom Jobim, Edu Lobo e Baden Powell.
A poesia de Vinicius representa as raízes da bossa nova, movimento musical que efervesceu no Rio, no final dos anos 1950, e se destacou pela mistura de jazz com samba. O poeta ainda contribuiu para o desenrolar da MPB, que teve início a partir de 1966, sendo considerada como uma segunda geração da bossa nova.
Vinícius de Moraes trabalhou como diplomata, escritor e jornalista, mas seu grande reconhecimento veio de sua criação artística como poeta e compositor. Escreveu muitos sonetos e era conhecido por sua boemia, seus galanteios e por gostar muito de uisque. Eterno apaixonado, casou-se várias vezes e teve quatro filhas e um filho.
Seus principais parceiros de composição ao longo da vida foram Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque, Edu Lobo e Carlos Lyra. Foi com Tom Jobim que ele fez uma de suas músicas mais famosas, "Garota de Ipanema". 
Vinicius foi criado em um ambiente musical, filho de pai funcionário da Prefeitura, que também era poeta e violinista amador, e de mãe pianista amadora. Começou a mostrar vocação artística desde pequeno, ao escrever poesias e cantar no coral do colégio onde estudava, em 1924.
Em 1928, compôs com os irmãos Tapajós as músicas "Loura ou morena" e "Canção da noite", que fizeram sucesso na época.
Formou-se em letras e também em direito pela Faculdade do Catete, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Nos anos 1930, publicou os livros "O Caminho Para a Distância" e Forma e Exegese", além de lançar poemas como "Ariana, a mulher", entre outros. Por suas poesias, conseguiu uma bolsa no Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford, em 1938.
Chegou a trabalhar no Ministério da Educação e Saúde no cargo de censor cinematográfico e depois, curiosamente, atuou como crítico de cinema no jornal "A Manhã". No entanto, foi na área diplomática que Vinicius atuou por mais tempo representando o Brasil em vários países. Tudo isso, é claro, paralelamente à carreira musical.
Em 1946, Vinicius foi para Los Angeles, nos Estados Unidos, trabalhar como vice-cônsul, onde ficou por cinco anos. Nesse período, publicou uma edição de luxo de seus poemas, com ilustrações de Carlos Leão. O poetinha viveu, então, um período de idas e vindas diplomáticas, até que, em 1969, foi exonerado do Itamaraty. A razão para sua saída, especula-se, seria por causa do comportamento boêmio do poeta-diplomata.
Em meados dos anos 1950, Vinicius conheceu o músico Tom Jobim, que foi um dos grandes responsáveis pelo direcionamento e consolidação de sua carreira artística. Juntos, compuseram músicas que definiram a bossa nova como "Chega de Saudade", "Eu Sei Que Vou Te Amar", "Garota de Ipanema" e "Insensatez".
A parceria de Vinicius com o violonista Baden Powell também foi bastante produtiva. Da dupla nasceram as músicas "Berimbau", "Samba da Bênção" e um álbum-chave para o entendimento da música popular brasileira: "Os Afro-sambas", de 1966. Neste disco, a dupla explorou a mistura do samba com sonoridades africanas. Uma das faixas mais famosas desse trabalho é "Canto de Ossanha".
O poetinha ainda teve duas de suas canções concorrendo, em 1965, ao I Festival Nacional de Música Popular Brasileira, transmitido pela extinta TV Excelsior. A música "Arrastão", que fez com Edu Lobo, foi interpretada por Elis Regina e ganhou o primeiro lugar. Já "Valsa do Amor que Não Vem", que fez com Baden Powell, foi cantada por Elizeth Cardoso e ficou em segundo lugar.
Nos anos 1970, firmou parceria com Toquinho, com quem compôs músicas como "Aquarela", "Tarde em Itapõa", "Testamento" e "Como Dizia o Poeta". Toquinho foi um dos melhores amigos de Vinicius, com quem também fez o disco infantil "A Arca de Noé" e gravou o disco em italiano "Per Vivere Un Grande Amore", entre outros trabalhos.
Em abril de 1980, Vinicius sofreu uma cirurgia para instalação de um dreno cerebral para conter um derrame. Teve boa recuperação, mas sentiu-se mal na noite de 9 de julho de 1980. Morreu aos 66 anos em sua casa na Gávea. 
Fonte: Site IG

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