O ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) — Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Celso de Mello, do STF, encaminhou à PGR ações em
que partidos pedem a apreensão. Para Heleno, medida seria 'inconcebível' e
representaria interferência de outro poder no Executivo.
Por: Visão do Araripe
O ministro do Gabinete de Segurança
Institucional (GSI), Augusto Heleno, afirmou por meio de nota nesta sexta-feira
(22) que a eventual
apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro seria
“inconcebível” e teria “consequências imprevisíveis para a estabilidade
nacional”.
Heleno se referiu ao fato de, também nesta sexta, o
ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter
encaminhado à Procuradoria-Geral da República três
notícias-crime apresentadas por partidos políticos e parlamentares à Corte. Nas
notícias-crime os partidos pedem, entre outras providências, a apreensão do
celular do presidente.
Cabe à PGR decidir se pedirá a apreensão. É praxe que
ministros do STF enviem esse tipo de ação para manifestação da procuradoria.
Celso de Mello é relator do inquérito que investiga denúncias de que Bolsonaro
interferiu politicamente na PF.
Para Heleno, a apreensão do celular representaria uma
afronta ao presidente e interferência “inadmissível” de outro poder na
privacidade de Bolsonaro e na segurança institucional do país.
“O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente
tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências
imprevisíveis para a estabilidade nacional”, diz trecho da nota de Heleno.
As notícias-crime também solicitaram o
depoimento do presidente e a busca e apreensão do celular de seu filho Carlos
Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, para perícia.
Manifestação da OAB
Após Heleno ter divulgado a nota, o
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, se
manifestou, também em nota, sobre a declaração do ministro.
Santa Cruz disse que Heleno deveria deixar o ano de 1964
(quando foi implementada a ditadura militar) e buscar contribuir para o país no
tempo presente.
"As instituições democráticas rechaçam o anacronismo
de sua nota. Saia de 64 e tente contribuir com 2020, se puder. Se não puder,
#ficaemcasa", escreveu Santa Cruz.
Íntegra da nota de Heleno
Leia a íntegra da nota
do ministro:
NOTA
À NAÇÃO BRASILEIRA
O
pedido de apreensão do celular do Presidente da República é inconcebível e, até
certo ponto, inacreditável.
Caso
se efetivasse, seria uma afronta à autoridade máxima do Poder Executivo e uma
interferência inadmissível de outro Poder, na privacidade do Presidente da
República e na segurança institucional do país.
O
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as
autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de
comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências
imprevisíveis para a estabilidade nacional.
Augusto
Heleno Ribeiro Pereira
Fonte: Guilherme Mazui –
G1 – Brasília.
0 comentários:
Postar um comentário