sexta-feira, 15 de maio de 2020

Secretários e deputados debatem recuperação econômica pós-pandemia




Tentativa de volta à normalidade será gradual, possivelmente a partir de julho.

Por: Visão do Araripe

Os secretários estaduais de Planejamento e Gestão (Seplag), Alexandre Rebelo, e de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, participaram ontem da reunião virtual da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Alepe. Eles discutiram com os parlamentares cenários para a retomada da economia após o momento mais crítico da pandemia de Covid-19. Os gestores destacaram que a tentativa de voltar à normalidade deve acontecer de maneira gradual, possivelmente a partir de julho, e as etapas ocorrerão conforme o perfil de cada atividade.

Rebelo acentuou que a curva de contágio pelo novo coronavírus ainda é crescente, com casos registrados na maioria dos municípios, e o pico de ocorrências deve acontecer entre o final deste mês e o início de junho, coincidindo com o lockdown na Região Metropolitana do Recife (RMR). Depois disso, espera-se que o patamar fique estável, em nível elevado, por 10 ou 15 dias, antes de os números começarem a cair.

Com base em exemplos de outros países que enfrentaram recrudescimento ao flexibilizar as medidas de isolamento social, o gestor da Seplag descartou a possibilidade de uma reabertura imediata. “Até que a gente consiga uma vacina, vamos ter que conviver com uma realidade diferente”, apontou. Bruno Schwambach afirmou que será necessário elaborar um plano de convivência com o vírus. “Estamos buscando entender o que funcionou em outros países e evitar o que deu errado, para encontrar uma solução adaptada à nossa realidade”, disse. “Se tudo der certo e a curva começar a cair, vamos iniciar a flexibilização, mas teremos que aprender a conviver com novos protocolos: bastantes testes, monitoramento, isolamento de quem foi infectado ou teve contato com essas pessoas e, eventualmente, bloqueios pontuais de regiões, municípios ou bairros”, anunciou.

De acordo com ele, os setores essenciais da economia, que seguem em funcionamento, representam cerca de 70% do PIB de Pernambuco, o que justifica a queda já verificada de aproximadamente 35% na emissão de notas fiscais e na arrecadação de ICMS no Estado. Segundo Schwambach, todos os segmentos produtivos estão sendo contatados para auxiliar no planejamento. Cada um deles terá carga própria de funcionamento quando as medidas de isolamento puderem ser flexibilizadas. O secretário alertou, porém, que o padrão de consumo não será mais o mesmo.

Durante o debate, o presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, deputado Delegado Erick Lessa (PP), expôs a demanda da construção civil pela retomada, pelo menos, no Interior do Estado. O parlamentar solicitou, ainda, a presença da Alepe nos debates do Comitê Estadual Socioeconômico de Enfrentamento ao Coronavírus, grupo de trabalho (GT) coordenado pela Seplag.

Presidente da Comissão de Administração Pública, o deputado Antônio Moraes (PP) sugeriu que a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) retome, neste momento, a emissão de licenças para obras a serem iniciadas quando a situação estiver sob controle. A deputada Roberta Arraes (PP), que preside a Comissão de Saúde, deu ênfase ao efeito da paralisação da construção civil sobre as atividades do Polo Gesseiro do Araripe. Ela também pediu a abertura de mais leitos de UTI e de enfermaria na região, o que foi reforçado pelo deputado Antônio Fernando (PSC).

OUTROS TEMAS - Neste momento, conforme Rebelo, a prioridade continua sendo a abertura de leitos, especialmente no Interior. Após a inauguração da UTI do Hospital e Maternidade Santa Maria, em Araripina (Sertão do Araripe), o Estado busca antecipar a conclusão do Hospital Eduardo Campos, em Serra Talhada (Sertão do Pajeú), além de abrir hospitais de campanha em Caruaru (Agreste Central) e Petrolina (Sertão do São Francisco).

Segundo ele, há hoje uma fila de mais de cem pessoas em UPAs e hospitais esperando por leitos de UTI. “Nosso principal esforço permanece o mesmo. Já são mais de 500 leitos abertos na Rede Estadual de Saúde. O grande desafio é a aquisição de ventiladores pulmonares para fechar equipes de plantão. Já contratamos médicos na Paraíba e em Alagoas”, assegurou.

Em resposta a uma pergunta do deputado Fabrizio Ferraz (PHS), Rebelo afirmou que o Estado não implementará o decreto do presidente Jair Bolsonaro que inclui salões de beleza, barbearias e academias de ginástica na lista de atividades essenciais. João Paulo (PCdoB), por sua vez, expressou preocupação com a falta de recursos para pagar servidores da ativa, aposentados e pensionistas.

De acordo com Rebelo, a estimativa de gastos extras na saúde de Pernambuco em razão da pandemia é de R$ 900 milhões. Além de os Poderes Legislativo e Judiciário estarem ajudando a fechar as contas, ao abrirem mão de parte do Orçamento repassado pelo Executivo, será importante a “recomposição, pela União, dos recursos de impostos perdidos por Estados e municípios, que está em debate no Congresso Nacional.

O prefeito de Toritama (Agreste), Edilson Tavares, e o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic), Luverson Ferreira, também participaram da reunião. Ferreira demandou a liberação da construção civil no Interior, além de isenção na conta de energia para pequenos comerciantes e ampliação nos testes de Covid-19.

Fonte: Alepe.

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