Tentativa de volta à
normalidade será gradual, possivelmente a partir de julho.
Por:
Visão do Araripe
Os secretários estaduais de
Planejamento e Gestão (Seplag), Alexandre Rebelo, e de Desenvolvimento
Econômico, Bruno Schwambach, participaram ontem da reunião virtual da Comissão
de Desenvolvimento Econômico da Alepe. Eles discutiram com os parlamentares
cenários para a retomada da economia após o momento mais crítico da pandemia de
Covid-19. Os gestores destacaram que a tentativa de voltar à normalidade deve
acontecer de maneira gradual, possivelmente a partir de julho, e as etapas
ocorrerão conforme o perfil de cada atividade.
Rebelo acentuou que a curva
de contágio pelo novo coronavírus ainda é crescente, com casos registrados na
maioria dos municípios, e o pico de ocorrências deve acontecer entre o final
deste mês e o início de junho, coincidindo com o lockdown na Região
Metropolitana do Recife (RMR). Depois disso, espera-se que o patamar fique
estável, em nível elevado, por 10 ou 15 dias, antes de os números começarem a
cair.
Com base em exemplos de
outros países que enfrentaram recrudescimento ao flexibilizar as medidas de
isolamento social, o gestor da Seplag descartou a possibilidade de uma
reabertura imediata. “Até que a gente consiga uma vacina, vamos ter que
conviver com uma realidade diferente”, apontou. Bruno Schwambach afirmou que
será necessário elaborar um plano de convivência com o vírus. “Estamos buscando
entender o que funcionou em outros países e evitar o que deu errado, para
encontrar uma solução adaptada à nossa realidade”, disse. “Se tudo der certo e
a curva começar a cair, vamos iniciar a flexibilização, mas teremos que
aprender a conviver com novos protocolos: bastantes testes, monitoramento,
isolamento de quem foi infectado ou teve contato com essas pessoas e,
eventualmente, bloqueios pontuais de regiões, municípios ou bairros”, anunciou.
De acordo com ele, os
setores essenciais da economia, que seguem em funcionamento, representam cerca de
70% do PIB de Pernambuco, o que justifica a queda já verificada de aproximadamente
35% na emissão de notas fiscais e na arrecadação de ICMS no Estado. Segundo
Schwambach, todos os segmentos produtivos estão sendo contatados para auxiliar
no planejamento. Cada um deles terá carga própria de funcionamento quando as
medidas de isolamento puderem ser flexibilizadas. O secretário alertou, porém,
que o padrão de consumo não será mais o mesmo.
Durante o debate, o
presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, deputado Delegado Erick
Lessa (PP), expôs a demanda da construção civil pela retomada, pelo menos, no
Interior do Estado. O parlamentar solicitou, ainda, a presença da Alepe nos
debates do Comitê Estadual Socioeconômico de Enfrentamento ao Coronavírus,
grupo de trabalho (GT) coordenado pela Seplag.
Presidente da Comissão de
Administração Pública, o deputado Antônio Moraes (PP) sugeriu que a Agência
Estadual de Meio Ambiente (CPRH) retome, neste momento, a emissão de licenças
para obras a serem iniciadas quando a situação estiver sob controle. A deputada
Roberta Arraes (PP), que preside a Comissão de Saúde, deu ênfase ao efeito da
paralisação da construção civil sobre as atividades do Polo Gesseiro do
Araripe. Ela também pediu a abertura de mais leitos de UTI e de enfermaria na
região, o que foi reforçado pelo deputado Antônio Fernando (PSC).
OUTROS TEMAS - Neste
momento, conforme Rebelo, a prioridade continua sendo a abertura de leitos,
especialmente no Interior. Após a inauguração da UTI do Hospital e Maternidade
Santa Maria, em Araripina (Sertão do Araripe), o Estado busca antecipar a
conclusão do Hospital Eduardo Campos, em Serra Talhada (Sertão do Pajeú), além
de abrir hospitais de campanha em Caruaru (Agreste Central) e Petrolina (Sertão
do São Francisco).
Segundo ele, há hoje uma fila
de mais de cem pessoas em UPAs e hospitais esperando por leitos de UTI. “Nosso
principal esforço permanece o mesmo. Já são mais de 500 leitos abertos na Rede
Estadual de Saúde. O grande desafio é a aquisição de ventiladores pulmonares
para fechar equipes de plantão. Já contratamos médicos na Paraíba e em
Alagoas”, assegurou.
Em resposta a uma pergunta
do deputado Fabrizio Ferraz (PHS), Rebelo afirmou que o Estado não implementará
o decreto do presidente Jair Bolsonaro que inclui salões de beleza, barbearias
e academias de ginástica na lista de atividades essenciais. João Paulo (PCdoB),
por sua vez, expressou preocupação com a falta de recursos para pagar
servidores da ativa, aposentados e pensionistas.
De acordo com Rebelo, a
estimativa de gastos extras na saúde de Pernambuco em razão da pandemia é de R$
900 milhões. Além de os Poderes Legislativo e Judiciário estarem ajudando a
fechar as contas, ao abrirem mão de parte do Orçamento repassado pelo
Executivo, será importante a “recomposição, pela União, dos recursos de
impostos perdidos por Estados e municípios, que está em debate no Congresso
Nacional.
O prefeito de Toritama
(Agreste), Edilson Tavares, e o presidente da Associação Comercial e
Empresarial de Caruaru (Acic), Luverson Ferreira, também participaram da
reunião. Ferreira demandou a liberação da construção civil no Interior, além de
isenção na conta de energia para pequenos comerciantes e ampliação nos testes
de Covid-19.
Fonte:
Alepe.
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