Produção vinícola da região chega a sete milhões de garrafas por ano.
O semiárido é seco. Na paisagem, marrom e cheia de pó. Na vegetação, quebradiça e cinza. Na baixa umidade, que faz o nariz sangrar. No clima, quente e agressivo para os desacostumados. Como diz o trecho de uma das músicas da ótima banda local Cabelo de Serpente, no Vale do São Francisco o sol parece mais baixo. E é no meio de tanta hostilidade climática que nasce vida, traduzida na suculência de mangas, goiabas e uvas, as tão notáveis uvas, tesouro da região e matéria-prima de vinhos que já renderam ao Sertão reconhecimento nacional e internacional.
Encontrar o verde das parreiras depois de trilhas de sequidão é impressionante. Como é possível uma terra com déficit hídrico, solo raso e seca ininterrupta durante oito meses ser tão fértil? As vinícolas do Estado e da Bahia, para se ter ideia, são as únicas no mundo a plantar e colher em qualquer época do ano. Videiras de outros países - e nem de tão longe, alí do Sul - precisam acompanhar o curso natural das estações para frutificar. As três mil horas anuais de luz solar intensa, os sistemas de irrigação existentes graças ao Velho Chico e a tecnologia levada por pesquisadores formam a tríplice que sustenta a bem sucedida produção agrícola do vale.
PESQUISA - A unidade da Embrapa no Vale do São Francisco é uma das cinco maiores do País. A empresa já fez testes com mais de 220 tipos diferentes de uva, sempre em parceria às vinícolas da região. Os resultados das pesquisas são transformados em artigos e workshops e repassado aos produtores.
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Fonte: Folha PE
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