Foto: Edésio Lemos/Polícia Civil/Divulgação
Polícia Civil vai investigar se
houve lavagem de dinheiro. Cristais, relógios, bolsas, perfumes e outros itens
foram confiscados.
Por: Visão do Araripe
Policiais civis apreenderam cristais, relógios,
bolsas, perfumes e outros itens de luxo na residência do ex-diretor
administrativo-financeiro do Hospital Metropolitano Norte Miguel Arraes de
Alencar (HMA), Rodrigo Cabral de Oliveira, denunciado por desviar R$ 2,237 milhões da unidade. Com a apreensão, a Polícia investiga se houve crime de
lavagem do dinheiro desviado.
A apreensão ocorreu na quinta (28), no bairro das
Graças, na Zona Norte do Recife, e foi divulgada nesta sexta-feira (1º). Além
dos bens, foram apreendidos R$ 12 mil em dinheiro, uma bolsa avaliada em R$ 14
mil e um carro avaliado em mais de R$ 100 mil.
“São produtos de luxo, grande parte adquirido após
os desvios de dinheiro do hospital. Isso configura, até o momento, lavagem de
dinheiro”, diz o delegado Diego Pinheiro, do Departamento de Repressão ao Crime
Organizado (Draco).
Com a apreensão dos bens, a polícia vai dar
continuidade às investigações. “Estamos verificando se outras pessoas também
participaram do esquema”, diz Pinheiro, em referência ao desvio verba do HMA
por pelo menos 137 vezes. Ao todo, R$ 2,2 milhões foram subtraídos do orçamento
do hospital.
Carro apreendido foi avaliado em R$ 100 mil — Foto: Edésio Lemos/Polícia Civil/Divulgação
Segundo o delegado, o ex-diretor do HMA falsificava
recibos de prestadores de serviço e utilizava contas de pessoas de seu convívio
para depositar o dinheiro e, em seguida, os valores voltavam para sua conta.
Ainda de acordo com a polícia, a esposa de Rodrigo,
Viviane Baptista, também é investigada. “Todas as pessoas que tiveram suas
contas utilizadas eram funcionárias dela, da residência do casal”, afirma.
O casal está respondendo em liberdade ao primeiro
inquérito, em que foram indiciados pelo crime de peculato. “Vamos concluir as
investigações desse novo caso, para saber se houve lavagem de dinheiro e se
havia outras pessoas”, diz Pinheiro.
Procurada pelo G1,
a defesa de Rodrigo Cabral e Viviane Geli afirmou ter recebido “com surpresa a
adoção dessa medida de busca e apreensão” e que a medida cautelar “representa
pura perseguição ao casal, que não cometeu crime e provará a inocência no curso
da ação penal, sem sensacionalismo e parcialidade”.
Denúncia do MPPE
As condutas criminosas teriam ocorrido durante dois
anos e sete meses, entre janeiro de 2016 e julho de 2018, segundo Ministério
Público de Pernambuco (MPPE). As investigações apontam que ele agia junto com a
esposa, a gerente comercial Viviane Gelli Baptista, de 39 anos, que também está
foragida. Os dois foram denunciados à Justiça por peculato.
O hospital é ligado à Fundação Professor Martiniano
Fernandes (Imip Hospitalar), organização social de saúde que tem convênio com a
Secretaria Estadual de Saúde. Os desvios foram descobertos após uma
fiscalização feita pelo Ministério do Trabalho no Hospital Miguel Arraes.
No mesmo período em que a ação fraudulenta era
praticada, o relatório do Hospital Miguel Arraes apontava que a unidade de
saúde funcionava com lotação superior à capacidade e ausência de uma política
de reposição de bens, registrando perda de equipamentos e mobiliário em geral.
O documento reforçava a necessidade da aquisição de equipamentos de suporte à
vida e da ampliação de leitos.
Por G1 PE
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