Normalmente, a
passagem é fechada à noite e reabre por volta das 7h do dia seguinte (horário
local, às 8h de Brasília), o que não aconteceu nesta manhã.
Venezuelanos não
podem atravessar a fronteira a pé e nem de carro. No entanto, no início desta
manhã, o G1 conseguiu observar
grupos de venezuelanos usando rotas alternativas, as chamadas trincheiras para
entrar no país,uma delas muito próxima ao posto oficial de controle dos dois
países.
Por volta das 8h30,
guardas venezuelanos passaram também a reforçar a fiscalização pelos caminhos
no entorno da fronteira fechada. Eles abordam quem tenta cruzar a fronteira a
pé pelo lado venezuelano e impedem a passagem pela mata.
Do lado brasileiro,
na BR-174, o trânsito é liberado, mas quem tenta entrar na Venezuela não
consegue autorização de militares do país vizinho. Por volta das 8h20, um grupo
de cerca de 50 pessoas e três carros tentou passar na aduana, mas foi impedido
de entrar na Venezuela.
A bandeira da
Venezuela, que normalmente é hasteada por volta das 6 horas, também não foi
erguida por oficiais na fronteira. A barreira brasileira, no entanto, foi
reaberta normalmente.
"Vim com meus
amigos e não sabíamos que a fronteira seria fechada como foi hoje. Totalmente.
Como nós não queríamos perder a viagem, viemos pelas trincheiras", afirmou
a venezuelana Diana Astudillo, de 23 anos. Ela saiu a cidade de Maturín e
viajou 48 horas até a fronteira com um grupo de sete amigos venezuelanos. Ela
afirmou que pretende ir até Boa Vista, mas que deve ficar em Pacaraima até
conseguir a documentação necessária para ficar no Brasil.
Na quinta-feira,
grupos de venezuelanos que cruzaram a fronteira antes das 20h (horário local,
21h em Brasília) foram informados pela Guarda Venezuelana de que não poderiam
retornar após o horário definido por Maduro. Na noite da quinta-feira (21),
pedestres conseguiam cruzar a fronteira, mas a passagem de veículos estava
proibida.
Do fim da tarde até
o início da noite, por volta das 19h (20h de Brasília), houve uma intensa movimentação
de carros carregados com compras saindo de Pacaraima a Santa Elena. Uma fila
chegou a se formar próximo à área de fiscalização venezuelana.
O fechamento ocorre
onde seria um dos pontos de coleta dos carregamentos de comida, remédio e itens
de higiene básica enviados à população venezuelana.
Ajuda humanitária
Durante a tarde,
após o anúncio do fechamento, venezuelanos correram para Pacaraima, cidade
brasileira na fronteira, para comprar estoques de
mantimentos. Um comerciante da região relatou aumento de 30% no
movimento em relação a “dias comuns”.
Desabastecimento em Roraima
"Em Pacaraima
nem há postos de combustível porque a gasolina na Venezuela é muito barata, o
valor é irrisório. E, se por acaso for fechada a fronteira, tanto Pacaraima e
Santa Helena também podem ter problemas de abastecimento", declarou Denarium.
De acordo com o
governador, o estado também recebe fertilizantes e calcário da Venezuela e, se
a fronteira for fechada, o abastecimento da agricultura será prejudicado.
Por Alan Chaves, G1 RR — Pacaraima
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