O relator do inquérito que investiga ofensas contra magistrados da Suprema Corte, ministro Alexandre de Moraes — Foto: Rosinei Coutinho/STF
Ministro
Alexandre de Moraes autorizou oito mandados de busca e apreensão. Candidato
derrotado ao governo do DF pelo PSL afirmou em rede social que é um
dos alvos de busca.
Por:
Visão do Araripe
A Polícia Federal
(PF) cumpre nesta terça-feira (16) oito mandados de busca e apreensão em três
estados, entre os quais São Paulo, para aprofundar investigações de suspeitas
de injúria e difamação contra ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF).
A operação foi autorizada pelo
ministro Alexandre
de Moraes, do STF, relator do inquérito aberto em março para
apurar ofensas a magistrados da Suprema Corte e informações falsas envolvendo
os integrantes do tribunal.
Candidato derrotado ao governo do
Distrito Federal na eleição do ano passado pelo PSL, o general da reserva Paulo
Chagas informou na manhã desta terça-feira, em uma rede social, que é alvo de
um dos mandados expedido pelo ministro do Supremo.
"Caros amigos, acabo de ser
honrado com a visita da Polícia Federal em minha residência, com mandado de
busca e apreensão expedido por ninguém menos do que ministro Alexandre de
Moraes. Quanta honra! Lamentei estar fora de Brasília e não poder recebê-lo pessoalmente",
escreveu Paulo Chagas.
O inquérito que apura
ofensas a magistrados da mais alta Corte do país foi instaurado, em março, por
ordem do o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli. Na
ocasião, Toffoli informou que Alexandre de Moraes – ex-ministro da Justiça e
ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo – iria conduzir as
investigações.
O inquérito foi alvo de críticas de procuradores da República que atuam na
Operação Lava Jato, juristas e até mesmo integrantes do STF. Um dos magistrados
mais antigos da Suprema Corte, o ministro Marco Aurélio Mello foi uma das vozes
críticas à decisão de Dias Toffoli.
As primeiras medidas no inquérito
ocorreram uma semana após a abertura da investigação. Na ocasião, policiais
federais cumpriram
mandados de busca e apreensão nas casas de suspeitos em São
Paulo e Alagoas.
Censura
Nesta segunda-feira (15), o ministro
Alexandre de Moraes determinou que o site "O Antagonista" e a revista
"Crusoé" retirem
do ar reportagens e notas que citam o presidente da Suprema
Corte.
Moraes estipulou multa diária de R$
100 mil e mandou a Polícia Federal ouvir os responsáveis do site e da revista
em até 72 horas.
Segundo reportagem publicada pela
revista na última quinta (11), a defesa do empresário Marcelo Odebrecht juntou
em um dos processos contra ele na Justiça Federal em Curitiba um documento no
qual esclareceu que um personagem mencionado em e-mail, o "amigo do amigo
do meu pai", era Dias Toffoli, que, à época, era advogado-geral da União.
Conforme a reportagem, Marcelo tratava
no e-mail com o advogado da empresa – Adriano Maia – e outro executivo da
Odebrecht – Irineu Meireles – sobre se tinham "fechado" com o
"amigo do amigo". Não há menção a dinheiro ou a pagamentos de nenhuma
espécie no e-mail.
Ao ser questionado pela força-tarefa da Lava Jato, o empresário respondeu:
"Refere-se a tratativas que Adriano Maia tinha com a AGU sobre temas
envolvendo as hidrelétricas do Rio Madeira. 'Amigo do amigo de meu pai' se
refere a José Antônio Dias Toffoli". Toffoli atuou como advogado-geral da
União entre 2007 e 2009, no governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a revista, o conteúdo foi
enviado à Procuradoria Geral da República para que Raquel Dodge analise se quer
ou não investigar o fato.
Em nota oficial divulgada na sexta, a
PGR afirmou que não recebeu nenhum material e não comentou o conteúdo da
reportagem.
Fonte: Camila
Bomfim – TV Globo – Brasília
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