Bolsonaro discursa para manifestantes em Brasília, neste domingo (19) — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Por: Visão do Araripe
O presidente Jair Bolsonaro discursou neste domingo (19) para manifestantes que participaram de um protesto em Brasília que, entre outras bandeiras, defendia medidas ilegais, como a intervenção militar.
O discurso de Bolsonaro aconteceu em frente ao Quartel General do Exército. O presidente falou para dezenas de simpatizantes que se aglomeravam do lado de fora do QG, o que contraria orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e que faz parte dos esforços de combate à covid19.
Essa foi a maior aglomeração provocada pelo presidente desde o início da adoção de medidas contra a pandemia do novo coronavírus.
Pouco depois, o presidente divulgou em uma rede social um trecho de seu discursos em que ele diz aos manifestantes:
"Eu estou aqui porque acredito em vocês. Vocês estão aqui porque acreditam no Brasil", afirmou Bolsonaro diante de uma multidão com faixas em defesa da intervenção militar
Os manifestantes gritavam em apoio ao presidente e exibiam várias faixas defendendo a "intervenção militar já com Bolsonaro."
Bolsonaro chega em manifestação em Brasília, na tarde deste domingo (19) — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Os manifestantes haviam participado mais cedo neste domingo de uma carreata por Brasília, que incluiu a Esplanada dos Ministérios.
Bolsonaro discursou de cima de uma caminhonete. Ele voltou a criticar a "velha política" brasileira e que pessoas precisam entender que estão "submissos à vontade do povo brasileiro."
"Todos no Brasil tem que entender que estão submissos à vontade do povo brasileiro. Tenho certeza, todos nós juramos um dia dar a vida pela pátria. E vamos fazer o que for possível para mudar o destino do Brasil. Chega da velha política", disse Bolsonaro.
O presidente também afirmou que "acabou a época da patifaria" e que ele e os apoiadores não querem "negociar nada".
"Eu estou aqui porque acredito em vocês. Vocês estão aqui porque acreditam no Brasil. Nós não queremos negociar nada. Nós queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou para trás. Nós temos um novo Brasil pela frente. Todos, sem exceção, têm que ser patriotas e acreditar e fazer a sua parte para que nós possamos colocar o Brasil no lugar de destaque que ele merece. Acabou a época da patifaria. É agora o povo no poder."
Demissão de ministro e embate com governadores
Na semana passada, Bolsonaro demitiu o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, depois de embate público envolvendo medidas de restrição social para combate à pandemia do novo coronavírus.
Contrariado pela defesa de Mandetta das medidas de isolamento pregadas pela OMS, nas últimas semanas Bolsonaro fez passeios por Brasília, que geraram aglomeração de pessoas.
O presidente também tem criticado governadores que adotaram medidas de restrição de movimentação de pessoas, entre eles o de São Paulo, João Doria, e o do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.
Bolsonaro chegou a editar uma Medida Provisória para concentrar o poder de aplicar medidas de restrição durante a pandemia. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os estados também têm poder para aplicar regras de isolamento.
Também na semana passada, Bolsonaro criticou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a quem acusou de estar conduzindo "o Brasil para o caos".
A crítica de Bolsonaro a Maia ocorre em meio à votação pelo Congresso de medidas econômicas para enfrentamento da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus.
Uma dessas medidas, já aprovada pela Câmara mas que ainda aguarda análise do Senado, obriga o governo federal a compensar os estados e municípios por perdas de arrecadação nos próximos meses. Bolsonaro e sua equipe são contra essa medida, que é defendida por Maia.
Esta reportagem está em atualização.
Fonte: G1- Brasília
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