O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, planeja se
licenciar no início de abril e voltar à Câmara para apresentar o pedido de
impeachmentcontra o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso.
“Eu vou sair para a apresentar o pedido de impeachment. Minha
ideia é apresentar esse pedido na próxima reunião do Congresso”, disse o
ministro.
Marun afirma não ter ainda o pedido pronto, mas o baseia em
dois pontos da lei do impeachment quando esta trata de ministros do STF. Um
deles, que proíbe os ministros de exercerem atividade político-partidária. O
segundo, que torna um ministro passível de impedimento ao “proceder de forma
incompatível com o decoro de suas funções”.
“Eu entendo que os dois pesos e duas medidas adotados em suas
decisões pelo ministro Barroso revelam suas preferências político-partidárias e
começam a interferir no teor das suas decisões, e isso é incompatível”, disse
Marun.
O ministro garante que não conversou com o presidente Michel
Temer sobre sua intenção e assume totalmente a responsabilidade pela pedido de
impeachment que pretende apresentar.
“Eu assumo pessoalmente a responsabilidade por essa decisão.
Estou convencido que ministro Barroso está abusando da sua autoridade”, disse.
“Estão querendo inventar o homem diet, o homem bonzinho, acoelhado. Eu não sou
bonzinho, eu não sou diet, eu sou difícil de engolir.”
De acordo com uma fonte próxima ao ministro, a decisão está
tomada e Marun só mudará de ideia se o presidente Michel Temer lhe pedir
diretamente para não fazê-lo, o que até agora não aconteceu.
Questionado diretamente sobre o que faria se Temer lhe
pedisse especificamente para desistir da ação, Marun disse que não trabalha com
hipóteses e repetiu que não falou sobre isso com o presidente, apesar de ter
tido duas reuniões nesta quinta.
Barroso atraiu a ira do Palácio do Planalto por ter
determinado a quebra do sigilo bancário do presidente no chamado inquérito dos
portos e depois também ter mantido a suspensão de pontos do decreto do indulto
de Natal, assinado por Temer em dezembro.
Na terça-feira, Marun anunciou que estava analisando a
possibilidade de pedir o impeachment de Barroso.
O ministro tem consultado juristas e parlamentares que
entendem do tema para redigir o texto. A ideia é apresentar o pedido de
impeachment de Barroso na sessão do Congresso marcada para o início de abril
EXAME
0 comentários:
Postar um comentário