Entre janeiro e março deste ano, os casos de conjuntivite se
multiplicaram em Pernambuco. Levantamento da Fundação Altino Ventura apontou
que entre o primeiro dia de 2018 e o dia 14 deste mês foram atendidos, na
unidade, 11.868 pacientes com a doença, aumento de 351% em comparação ao mesmo
período de 2017. O incremento da doença motivou um alerta do Centro de
Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde para orientar os profissionais
da área. A população também precisa estar atenta e reforçar os cuidados.
É comum o aumento dos casos de conjuntivite nesta época, em
função do período de verão, das férias escolares e o carnaval, que facilita
aglomerações. Entretanto, no mesmo período de 2017, foram registrados 2.629
casos de conjuntivite na FAV. Em 2018, a maior parte dos casos atendidos tem
sido proveniente da Região Metropolitana do Recife, sendo 50% deles da capital,
16% de Jaboatão e 14% de Olinda. “Estatísticas mostram que é um doença endêmica
em Pernambuco. Então, sempre fica sujeita a picos”, explicou o especialista em
lentes de contato do Instituto de Olhos do Recife (IOR), José de Barros.
“A conjuntivite merece um olhar especial porque, entre outros
motivos, há o período de volta às aulas e a possibilidade de contato maior
entre crianças”, disse a oftalmologista da FAV e do Hospital de Olhos do
Recife, Bruna Ventura.
A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, membrana que
reveste o globo ocular e o interior das pálpebras. Dura, em média, 15 dias, e
não deixa sequelas. Pode ser causada por alergias, traumas, irritação química e
infecções por vírus, bactérias e fungos. A transmissão ocorre por contato
direto com secreções oculares da pessoa infectada ou, indiretamente, por
contato com superfícies e objetos tocados por essa pessoa.
O tipo mais comum é viral e, por isso, a transmissão pode
acontecer até mesmo por crianças gripadas. Neste caso, a duração média é de
cinco a 20 dias. Em caso de contaminação, é preciso procurar ajuda médica o
quanto antes para que seja identificado o tipo de conjuntivite.
“Um dos componentes que ajudam a disseminação é o atraso na
identificação dos casos. As pessoas acabam indo trabalhar doentes e passando
para as outras”, explicou José de Barros. Apesar de não deixar sequelas
definitivas, a conjuntivite pode comprometer a visão de forma temporária. Os
públicos que merecem mais atenção são as crianças, os idosos e os profissionais
de saúde.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que foi
comunicada a respeito do aumento de casos. Mesmo com a conjuntivite não sendo
uma doença de notificação compulsória, o órgão está em contato com serviços
oftalmológicos de urgência para reforçar a vigilância e identificar mudanças no
padrão de atendimento.
Previna-se
Como evitar e controlar a conjuntivite:
– Lavar, com frequência, as mãos e o rosto, usando água e
sabão
– Evitar coçar os olhos
– Utilizar, quando possível, lenços e toalhas descartáveis
e/ou individuais
– Utilizar travesseiros individuais
– Evitar o uso de copos, talheres e maquiagem de pessoas com
conjuntivite
– Evitar o uso de lentes de contato
– Evitar piscina
– Evitar locais com aglomeração
– Evitar atividades em grupo enquanto a secreção ocular
estiver presente
– Limpar as superfícies tocadas por pessoas com conjuntivite
com água, sabão e depois álcool a 70%.
Secretaria
Estadual de Saúde-PE
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