O presidente Michel Temer já começou a avisar seus principais
interlocutores que está disposto a disputar a reeleição presidencial, conforme
antecipou o BR18. Apesar dos baixos índices de aprovação do seu governo – 6%
segundo o último levantamento do Instituto Ibope -, o presidente acha que
ninguém melhor do que ele será capaz de defender seu legado e sua própria
honra. Mesmo sabendo que esse patamar de popularidade é um obstáculo pesado
para sua candidatura, Temer acha que poderá melhorar de situação com a
confirmação da recuperação da economia e com outras medidas que pretende adotar
até o final de seu mandato.
Temer não tem a pressão do calendário eleitoral, já que pela
legislação ele não precisa deixar o cargo até abril para concorrer – como
acontece, por exemplo, com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Este
precisa, obrigatoriamente, deixar a pasta nos próximos dias se quiser concorrer
ao Planalto. Por isso, Temer não tem pressa – pode decidir até julho – e vai
esticar ao máximo o anúncio oficial de sua candidatura. Com isso, evita também
a politização de todas as futuras ações de seu governo.
Quando assumiu o governo, Temer se comprometeu com os
partidos aliados a não tentar uma eventual reeleição em troca da sustentação
política. O problema é que o quadro que havia em 2016 mudou radicalmente, na
sua avaliação. O senador tucano Aécio Neves (MG), que poderia ser um candidato
em potencial em 2018, saiu do páreo depois das investigações abertas a partir
do escândalo da J&F. Além disso, depois de ser central na formação do
primeiro escalão de Temer, o PSDB passou a adotar tom crítico e se afastou do
governo federal.
Alckmin. Temer também se considerou liberado de qualquer
compromissos formal com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, depois de
avaliar que o pré-candidato tucano não fez força para impedir que a bancada
paulista do PSDB votasse a favor dos pedidos de seu afastamento.
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