domingo, 25 de março de 2018

GOVERNADOR DE PERNAMBUCO PRESTIGIA EVENTO DO PROS QUE RECPCIONA DEPUTADO JOÃO FERNAMDO COUTINHO COMO NOVO PRESIDENTE E LANÇA PRÉ-CANDIDATURA DE ATONIO SOUZA AO SENADO




Em princípio, temos um candidato ao Senado que é Antônio Souza. Não se tem grandes definições do quadro político de Pernambuco e a única definição até o momento é a candidatura de Paulo Câmara ao governo. Como o jogo eleitoral está muito aberto e indefinido, temos que buscar fortalecer nossos quadros do PROS.


Socialista de “carteirinha” durante 23 anos, o deputado federal João Fernando Coutinho toma posse neste sábado como o novo presidente do PROS-PE e anuncia oficialmente o nome de Antônio Souza como pré-candidato ao Senado. Sem meias palavras, o ex-socialista revela que foi “subutilizado” pelo PSB e que poderia ter contribuído mais com sua força de trabalho e interlocução junto ao governo federal com relação à liberação de recursos e na defesa de temas importantes para o estado.

A solenidade de posse ACONTECEU com a presença do presidente nacional da sigla, Eurípedes Júnior, além de diversas lideranças políticas e empresariais do estado. O evento será realizado, a partir das 14h, no Empresarial Rio Mar Trade Center, no Pina. João Fernando avisa que, preferencialmente, seu novo partido estará na Frente Popular do governador Paulo Câmara (PSB), mas adverte que a política é a arte do diálogo e que o PROS estará aberto a discutir com outros partidos nesta eleição.

O novo presidente estadual do PROS chega com a missão de “robustecer” a sigla em Pernambuco e uma das apostas é o ingresso do ex-prefeito João Paulo, que recentemente pediu licença do PT.

Com nove deputados federais, a sigla tem até o momento 16 pré-candidatos no estado para a Câmara Federal e vem trabalhando para lançar 50 candidatos à Assembleia Legislativa de Pernambuco. Em entrevista ao Diario, o parlamentar fala de sua atuação no Congresso Nacional, seu empenho e o da bancada federal para a Hemobrás permanecer no estado e também da relação de amizade com o ex-governador Eduardo Campos, a quem o classificou como um pai. Avaliou, ainda, o impacto da morte do líder socialista para o PSB e a política local. Veja abaixo principais tópicos da entrevista.


Isolamento no PSB

Eu poderia ter contribuído tanto com minha força de trabalho quanto com minha disposição de ser o interlocutor de Pernambuco com o governo federal e com toda a nossa base de apoio político. Converso com prefeitos e muitas lideranças. Acredito que tenho condições de melhorar o diálogo com a base, ampliar a discussão dos interesses de Pernambuco junto ao governo federal na liberação de recursos e na defesa de temas importantes para o estado. Sinto-me feliz com o sucesso do PSB e espero, já que tive dificuldades de ajudá-lo como membro do partido nesses últimos anos, que possa ajudar agora como aliado.

Subaproveitado

O PSB faz suas escolhas, é natural. Respeito. Sou grato ao partido pelos quatro mandatos que tive. Dr. Arraes (Miguel Arraes, ex-governador de PE)) foi uma fonte de inspiração e Eduardo foi um professor exigente que nos cobrava resultados e sempre me deu muitas missões. E todas elas eu cumpri com honradez e compromisso. Sinto-me subaproveitado. Eu poderia contribuir muito mais com a Frente Popular.

João Paulo no PROS

João Paulo pode ser candidato a qualquer cargo político em Pernambuco. Ele engrandece qualquer partido. Existem conversas com o presidente nacional de nossa legenda e também conosco. A decisão de ir ou não para o PROS cabe a João Paulo. Qualquer partido político tem interesse em receber um quadro do status dele. Se tiver essa possibilidade, ele vem engrandecer o PROS, que é uma legenda nova com quatro anos de existência. Como diz o presidente nacional, o partido é um livro com páginas em branco para escrevermos essa história.

O impacto da morte de Eduardo

A morte de Eduardo foi duríssima para todo mundo. Era um líder que sempre se impôs através da capacidade de diálogo e de equilibrar as forças políticas internas no partido. Na sua ausência ficou essa lacuna. O governador Paulo Câmara tem se esforçado, como grande gestor que é, mas não tinha ainda o tempo necessário para poder exercer essa condução política. Temos que buscar o que nos une e faz mais forte, que é tentar construir essa discussão de forma mais aberta e harmônica.

Um pai na política

Eduardo para mim era como um pai na política. Tive dois pais, um deles é Eduardo Coutinho (prefeito de Água Preta), e o outro era Eduardo Campos. São dois Eduardos que ajudaram na minha formação política. Um pai é insubstituível. A política é a arte do diálogo e temos que exercê-la. Espero conseguir um diálogo com a Frente Popular a partir do momento que temos um novo projeto para ser construído com um novo partido em Pernambuco.

Primeiro mandato

No primeiro dia da Câmara dos Deputados, apresentei um projeto de Lei 127/2015, para estimular a utilização de energia solar no país. Ao melhorar a matriz energética nacional, reduz a emissão de poluentes e preserva nosso meio ambiente. Também fui sub-relator do Orçamento da Assistência Social. Além disso, aprovamos uma PEC que atingia direto cerca de 700 mil empregos para o país só na cadeia produtiva da vaquejada. Também tive a oportunidade de relatar o RenovaBio, uma nova política nacional de biocombustíveis, que estimula a utilização de tecnologias para reduzir a emissão de poluentes no meio ambiente. Aprovamos uma emenda provisória do Fies permitindo que o trabalhador possa usar o FGTS para pagar os seus estudos.

Hemobras

Criamos a Frente Parlamentar em Defesa da Hemobras. Pernambuco todo se uniu, tanto as forças do governo do estado quanto as da oposição. Foi um passo importante e certamente utilizamos nossas vozes sempre que necessário na defesa dos grandes de Pernambuco. O deputado Jarbas Vasconcelos (MDB) foi a primeira liderança política de Pernambuco que pediu que eu agendasse uma conversa com membros da empresa Shaire e da própria Hemobras para discutir o assunto. A partir daí marcamos uma reunião de toda a bancada e todos se uniram em defesa do tema.

Liberação de emendas

Como deputado federal, nada mais natural buscar investimentos para o estado por meio de nossas emendas parlamentares e de recursos extraorçamentários para o governo do estado. Infelizmente a lógica de rodar as emendas do governo estadual é uma lógica mais complexa do que uma execução direta com órgãos do governo federal como Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco) e Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca).

O PROS e as alianças

O PROS vinha dialogando com muitas forças políticas antes de nosso ingresso na legenda, dentre elas com a Rede de Sustentabilidade, do ex-prefeito de Petrolina Júlio Lóssio. O PROS é um partido independente que pretende estar na aliança que vai reeleger o governador Paulo Câmara. No entanto, como partido político, temos que estar abertos a conversar com todas as força políticas do estado.

Senado
Em princípio, temos um candidato ao Senado que é Antônio Souza. Não se tem grandes definições do quadro político de Pernambuco e a única definição até o momento é a candidatura de Paulo Câmara ao governo. Como o jogo eleitoral está muito aberto e indefinido, temos que buscar fortalecer nossos quadros do PROS.

Novos oportunidades 

Estive por 23 anos no PSB. Não foram as divergências, mas as oportunidades que surgiram em minha vida depois de muito tempo no partido que fui para o PROS. Nesse sentido, fomos convidados e valorizados por um partido novo, que está sendo fundado. Entrei no PSB simplesmente como filiado entre 1995/1996. Em 2002, não houve nenhuma preparação de candidatura e na véspera da convenção do partido recebi uma convocação de Eduardo Campos para ser candidato a deputado estadual e fazer dobradinha com o ex-governador Miguel Arraes na Mata Sul. Aquilo foi um desafio. Eu estava com 22 anos e a 90 dias da eleição. Mas adiante tive novamente o desafio de renovar o mandato de deputado estadual. Muitos diziam que talvez eu fosse um deputado de único mandato. Consegui a minha reeleição e Eduardo o tão sonhado mandato de governador que o projetaria para se tornar um grande gestor público e um político de rara habilidade política.




Por: Cláudia Eloi - Diario de Pernambuco

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