Autoridades e
representantes de prefeituras e governos regionais de diversos países
apresentaram hoje (21) recomendações para superar os desafios locais de acesso
à água e ao saneamento básico, durante o 8º Fórum Mundial da Água.
As propostas do Chamado
para a Ação de Governos Locais e Regionais sobre Água e Saneamento de Brasília
sugerem promover uma agenda integrada de direitos humanos e acesso à água e ao
saneamento; aprimorar as legislações relativas aos recursos hídricos e à eficiência
energética; aumentar o financiamento descentralizado de projetos de água;
melhorar o planejamento para evitar riscos e mitigar as mudanças climáticas,
protegendo as áreas sensíveis; e fortalecer os governos locais e cidadãos para
a governança da água.
Os compromissos
apresentados hoje serão revisados e avaliados durante o encontro das
autoridades locais no 9º Fórum Mundial da Água, em Dacar, no Senegal, em 2021.
A prefeita de São Bento
do Una (PE), Débora Almeida, apresentou os cinco ítens, que são o resultado dos
dois dias de discussões da 5ª Conferência de Autoridades Locais e Regionais
pela Água, realizada durante o fórum. Débora ressaltou que a maioria dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas
(ONU) – entre os quais um se refere ao acesso e à gestão sustentável da água –
é implantada dentro dos municípios. “Necessitamos demais do apoio dos outros
governos [estado e União]. As obrigações estão com os municípios, mas nem
sempre as receitas e recursos chegam a quem tem obrigação de implantar essas
ações”, disse.
Para o prefeito de
Manaquiri (AM), Jair Souto, a descentralização dos recursos financeiros,
inclusive da União, é essencial para os investimentos em recursos hídricos e
saneamento. “A agenda da água e a agenda climática precisam ser pautadas com os
orçamentos municipais”, disse. “A alternativa para que tenhamos uma gestão
planejada e bem executada é envolvendo e levando à população sua
responsabilidade. E nós, que somos agentes públicos, temos de pautar e
responder à sociedade com eficiência”.
A governança integrada
e sustentável da água depende das soluções inteligentes que as autoridades
locais podem fazer para suas regiões, na opinião da prefeita de Libreville, no
Gabão, Rose Christiane Ossouka Raponda. “Precisamos cumprir esse dever de
colocar em prática essas ações para que nossa população possa ter acesso à
água”, afirmou.
Na avaliação do
diretor-presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do
Distrito Federal (Adasa), Paulo Salles, as propostas apontam para questões
essenciais para o desenvolvimento sustentável. “Sustentabilidade traz a ideia
de um compromisso entre gerações, significa que estou deixando um mundo para as
próximas gerações. E talvez nossa obrigação seja deixar o mundo igual ou melhor
para que eles tenham mais chances que nós”, disse.
Agência Brasil
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