O contrato de Parceria Público Privada assinado pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB) com a empreiteira Odebrecht em 2010, para a construção e administração do estádio Arena Pernambuco está rendendo um prejuízo de R$ 4,67 milhões por mês aos cofres públicos estaduais.
Reportagem do Uol Esporte deste sábado, 14, mostra que o contrato previa um repasse mensal do governo pernambucano a Odebrecht de R$ 330 mil por mês. Atualmente, porém, o Estado está pagando um valor médio mensal de R$ 5 milhões, que é 1.415% maior do que o valor previsto inicialmente.
Isso porque o governador Eduardo Campos, morto em agosto de 2014, se comprometeu perante à empreiteira de Marcelo Odebrecht a garantir uma receita para arena de R$ 73 milhões por ano, a ser obtida com a renda de, pelo menos, 20 jogos anuais de cada clube grande de futebol da capital: Sport, Santa Cruz e Náutico. O governo se comprometia a fazer com que os clubes jogassem na arena nos próximos 30 anos, caso contrário ele mesmo arcaria com o prejuízo.
Além desse montante, o governo estadual também estava comprometido a pagar parcelas fixas anuais de R$ 4 milhões (ou R$ 330 mil por mês) à construtora e administradora do equipamento, a título de contrapartida pela construção e manutenção do estádio, até 2043.
O problema é que, dos três times que deveriam jogar suas principais partidas lá nos próximos 30 anos, somente o Náutico – o de menor torcida – assinou contrato com a administradora do estádio.
Assim, o governo pernambucano foi obrigado a rever seus compromissos, por meio de aditivo ao contrato: "O Estado de Pernambuco reconhece a existência de risco razoável de os três principais clubes de futebol pernambucanos não formalizarem, de imediato, o compromisso firme de utilizarem a Arena Pernambuco em suas 60 melhores partidas por ano, frustrando a condição de eficácia prevista na cláusula 71.1, item II, do contrato''.
Ouvida pela reportagem, a Odebrecht afirmou que a Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A não lucrou com os repasses realizados pelo Governo do Estado de Pernambuco e operou com prejuízo operacional de R$ 28,4 milhões, em 2013, resultado que deverá ser pior em 2014.
"A frustração da receita projetada deu-se, entre outros fatores, pela falta do pleno acesso à Arena com transporte público e a não concretização das 60 melhores partidas dos três maiores clubes pernambucanos. Os pagamentos do governo do Estado são destinados a pagar os custos e financiamentos da obra e tributos, além das despesas da operação", diz a empreiteira.
Fonte: Brasil 247
0 comentários:
Postar um comentário