A um mês do prazo previsto pelo
governo para os deputados votarem a reforma da Previdência na Câmara, o
presidente Michel Temer (MDB) defendeu a proposta e, em entrevista gravada ao apresentador
Silvio Santos, no SBT, disse que a medida não afeta os mais pobres e só vai ter
consequência para quem ganha salários maiores no País.
“Esta (reforma da) Previdência
não prejudica os pobres, os trabalhadores rurais estão excluídos (do projeto) e
os deficientes físicos também”, disse Temer, em conversa gravada no último dia
18 e exibida na noite deste domingo (28). “Quem vai sofrer uma pequena
consequência é quem ganha 13, 14, 15, 20 mil reais”, afirmou, destacando o
estabelecimento de uma previdência complementar para quem deseja se aposentar
com valores acima do teto do INSS (hoje em R$ 5.531,31).
No programa, o presidente disse
ao apresentador que, se o Brasil não fizer as mudanças no sistema
previdenciário, pode chegar a situações de países como Portugal e Grécia, que
cortaram vencimentos dos servidores públicos.
Em uma tentativa de esclarecer a
necessidade da reforma, o presidente afirmou que é preciso derrubar algumas
mentiras sobre a emenda da Previdência, como a que afirma que os trabalhadores
vão precisar trabalhar até morrer. “Não é verdade. Hoje quem completa tempo de
contribuição pode se aposentar com 55 anos. Vai se aposentar com 65 daqui a 20
anos.”
Temer voltou a falar que, quando
a população viver em média “até os 120 anos de idade”, uma nova programação
previdenciária precisará ser feita. Ele citou projeções de déficit no sistema
previdenciário de R$ 189 bilhões neste ano e de R$ 220 bilhões no próximo ano.
Recebendo apoio explícito de
Silvio Santos, Temer disse que “já há uma compreensão na sociedade e no
Congresso” de que é necessário aprovar a reforma, mas que ainda é preciso
sensibilizar os deputados. “Se a vontade popular compreender isso, os deputados
vão lá e depositam seu voto favoravelmente, portanto, ajudam o País”, declarou.
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