terça-feira, 14 de agosto de 2018

Marina Silva é segunda candidata a participar de debate sobre educação



A candidata Marina Silva (Rede) foi a segunda a participar de diálogos com presidenciáveis promividos pelo Movimento Todos Pela Educação, organização suprapartidária e sem fins lucrativos. O evento vai até a próxima quarta-feira (15), quando os candidatos irão debater sobre o ensino no Brasil, focado na educação básica.

Por enquanto, quatro dos 13 candidatos confirmaram presença. A Agência Brasil acompanhará as discussões. Amanhã (14), será a vez do candidato a vice-presidente na chapa do PT, Fernando Haddad. O candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, participa dos debates na quarta-feira (15).

A série de diálogos, que conta com apoio do jornal Folha de S.Paulo, teve início na última sexta-feira (10), na capital paulista, com o candidato Ciro Gomes (PDT).

Sugestões
O movimento Todos Pela Educação apresentou aos candidatos um plano com sete metas para quatro anos de mandato. A primeira meta é atenção especial à primeira infância, que inclui não só acesso a creches, mas direitos básicos como saúde, esporte e lazer. A segunda é a valorização dos professores, com investimentos em formação e organização de uma carreira, a fim de que os docentes se preparem para o desafio de elevar o padrão da educação brasileira.

As metas três e quatro dizem respeito ao currículo escolar: reformular o ensino fundamental (com foco na etapa do 6º ao 9° anos) e o ensino médio, ampliando a educação em tempo integral e aprimorando a grade curricular, bem como implementar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

A quinta meta propõe ainda aprimorar o processo de alfabetização para superar dados oficiais que indicam que 55% das crianças ainda são analfabetas ao final do 3º ano do primeiro ciclo do ensino fundamental.

A sexta proposta defende a atualização da gestão e da governança da educação no país, com uma organização mais clara das competências da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, a partir da implantação do Sistema Nacional de Educação. A sétima e última meta trata do financiamento e prevê a mudança das regras atuais para que a distribuição dos recursos federais contemple as regiões mais necessitadas.

Propostas
Para a candidata Marina Silva, é preciso rever a emenda constitucional aprovada em 2017, que cria um teto, por 20 anos, para os gastos públicos. Para ela, a manutenção do patamar de investimentos significa também manter os serviços públicos no mesmo nível que estão atualmente. “Nós vamos discutir para que o Brasil não tenha que ficar com a educação que tem, a saúde que tem, a menos que você advogue para que ela continue do mesmo jeito. Os brasileiros não querem que o orçamento público não invista mais em educação, saúde e segurança pública por 20 anos”, enfatizou.

De acordo com Marina, os principais serviços públicos oferecidos pelo Estado brasileiro, incluindo a educação, estão aquém do necessário, por isso a necessidade de retomar os investimentos. “Uma educação que não funciona como nós gostaríamos, uma saúde que está no caos, uma segurança pública que está no caos”, enumerou.

A candidata reforçou, entretanto, o compromisso em controlar os gastos estatais.  “Você ter responsabilidade fiscal não significa que isso tenha que ser feito com prejuízo à vida dos brasileiros na dimensão em que estão propondo”.

Ela destacou a importância de ensino superior e o ensino básico fazerem parte de um único sistema, não como concorrentes na escala de prioridades. “Quem coloca essas pessoas para darem boas aulas são as universidades. Se elas não estão devidamente integradas no tripé da formação, da pesquisa e da extensão, a gente vai ter o processo empobrecido”, ressaltou.

“A gente precisa criar uma equação onde haja um processo de retroalimentação entre a base da pirâmide e o topo, que é quando se chega ao ensino superior”, acrescentou. A candidata ponderou, no entanto, que é preciso ter atenção à qualidade das formações. “Obviamente, nós vamos ter que trabalhar a qualidade, uma boa parte dos problemas que temos hoje na formação dos professores tem a ver com as políticas, de escolas que foram virando verdadeiras indústrias sem a devida qualidade em prejuízo da formação dos que mais necessitam”.

Edição: Carolina Pimentel

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