Os estudantes têm até o dia 17 deste mês para garantir uma
vaga na universidade pelo programa federal.
Sem conseguir sanar por completo a falha que barrou a
inscrição de estudantes do Fies (Financiamento Estudantil) do segundo semestre,
o MEC ampliou o prazo para o grupo afetado pelo problema.
Agora, os estudantes têm até o dia 17 deste mês para garantir
uma vaga na universidade pelo programa federal. O prazo vencia nesta
sexta-feira (10).
O erro nos sistemas do ministério atingiu uma leva de
beneficiados pelo Fies que tiveram as inscrições postergadas do primeiro para o
segundo semestre deste ano.
Para não perder o financiamento, os estudantes precisam
atualizar os cadastros na página do Fies na internet, fase em que eles não
conseguiram concluir no prazo estipulado pela pasta da educação do governo
federal devido ao erro.
Assim que a fase cadastral é concluída, os dados do estudante
seguem para análise na universidade na qual ele vai estudar. Se tudo estiver
certo, o último passo é ir ao banco e contratar o crédito do Fies.
Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que uma varredura
feita pelo ministério identificou 679 estudantes impedidos de entrar no sistema
do programa até a última quarta (8). Nesta sexta, ainda havia 92 pessoas nesta
situação.
O MEC só reconheceu a falha após ser procurado pela Folha,
que precisou enviar o nome completo e o CPF de uma das estudantes afetadas pelo
problema. Ao todo, a reportagem teve acesso a um grupo de 29 pessoas barradas
no sistema do Fies.
Até esta sexta, 12 delas continuavam com os cadastros
bloqueados, 14 conseguiram complementar a inscrição e outras três cancelaram
participação no processo regular para tentar uma vaga no remanescente, segundo
o MEC.
Mariana de Araújo, 20, é uma das alunas prejudicadas pelo
erro. A estudante diz que entrou com um mandado de segurança na Justiça para
não perder a vaga em medicina na Cesmac (Centro Universitário de Maceió). “Esse
novo prazo de inscrição dá um alívio, mas eu vou continuar com o meu mandado de
segurança ativo até a minha situação ser resolvida”, disse.Mariana conseguiu a
vaga em medicina na instituição alagoana com pontuação obtida no Enem (Exame
Nacional do Ensino Médio) em abril deste ano, dois meses depois do início das
aulas. Para não ser prejudicada pelo excesso de faltas, a faculdade resolveu
prorrogar a entrada dela apenas para o segundo semestre.
A estudante obteve 100% do teto de financiamento para seu
curso pelo Fies porque todos os membros de sua família não ganham mais do que
1,5 salário. Sem o Fies, diz Mariana, seria impossível pagar os cerca de R$
7.000 de mensalidade. Ela também ficou isenta de pagar juros.
OUTRO LADO
O MEC informou à reportagem da Folha por meio de nota que vai
trabalhar junto às instituições de ensino superior parceiras para corrigir
todos os erros que ainda impedem os estudantes de complementar os dados no
Fies.
O ministério lembrou que o estudante barrado agora no Fies
também pode ter tido a inscrição validada apenas para o primeiro semestre de
2019.
A orientação é procurar a universidade e verificar o status
da vaga. “As faculdades são donas da vaga e têm autonomia para prorrogar seu
preenchimento por até dois semestres seguintes”, afirma.
“O MEC coloca à disposição o 0800-616161 para que os
estudantes entrem em contato e tirem dúvidas sobre o processo ou registrem
alguma dificuldade”, finaliza.
NOVO FIES
O Fies mudou de cara neste ano e passou a financiar valores
mais altos. O teto de financiamento saiu de R$ 30 mil para R$ 42.983 por
semestre.
O programa também passou a custear pelo menos 50% das
mensalidades dos alunos que firmarem contrato em universidades de todo o país.
Com os novos limites, cursos com mensalidades de R$ 7.000, como os de medicina,
passaram a ser financiados em até 100%.
Outro passo dado foi a garantia de um financiamento mínimo
por estudante, que passou a ser o de 50% do valor da semestralidade. Os
percentuais são definidos de acordo com a renda familiar do estudante e o custo
mensal pago à instituição de ensino superior.
Dados do MEC mostram que já houve casos em que o
universitário teve 8% do valor mensal aprovado pelo Fies, o que muitas vezes
inviabilizava o pagamento do restante da mensalidade e incentivava e evasão dos
cursos. Das 310 mil vagas anunciadas para 2018, com orçamento previsto de R$
19,3 bilhões, 155 mil contratos estão disponíveis para o segundo semestre.
Por Folhapress
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