Uma boneca virtual assustadora, de olhos arregalados, sorriso
sinistro e que propõe desafios que podem colocar em risco a vida de crianças e
adolescentes. Essa é a MOMO, criatura que tem deixado em alerta pais e
educadores.
Os estímulos para participar do desafio vêm de todas as
partes. Uma busca no Google mostra, aproximadamente, 1 milhão e 400 mil
resultados. É possível, inclusive achar os números de contato que seriam da
entidade – com origens em diversos países. No You tube também são quase cem mil
vídeos falando do desafio MOMO.
Mas será que tudo isso é verdade? Testamos o contato com os
números do Japão e do México e não tivemos resultados. Os números sequer
aparecem válidos nos aplicativos de mensagens. Também não conseguimos completar
a ligação. Tudo parece ser uma brincadeira, mas que pode sim envolver riscos
mais sérios.
Como pessoas mal-intencionadas que usam a figura da MOMO como
desculpa para entrar em contato com as crianças e conseguir informações. É o
que explica a psicóloga Clínica e Psicanalista da Sociedade Brasileira de
Psicanálise do Rio de Janeiro, Tânia Bastos.
E mesmo quem pretende alertar para as ameças, acaba correndo
perigo nas redes. É o caso de uma escola particular em Ribeirão Preto, interior
de São Paulo, que, ao enviar um alerta aos pais para ficarem atentos aos
contatos dos filhos, teve o e-mail hackeado.
Outra preocupação é quanto ao risco de roubo de dados. A
legislação brasileira já tem previsão para os cuidados que devem ser
adotados no tratamento das informações
prestadas.
E mesmo quem pretende alertar para as ameças, acaba correndo
perigo nas redes. É o caso de uma escola particular em Ribeirão Preto, interior
de São Paulo, que, ao enviar um alerta aos pais para ficarem atentos aos
contatos dos filhos, teve o e-mail hackeado.
Outra preocupação é quanto ao risco de roubo de dados.A
legislação brasileira já tem previsão para os cuidados que devem ser
adotados no tratamento das informações
prestadas.
Desde o dia 15 de agosto, a lei geral de tratamento de dados
está em vigor com artigo inteiramente dedicado aos cuidados que devem ser
dispensados as informações prestadas por crianças e adolescentes. A consultora
do Instituto Alana, Marina Pita, esclarece.
Mas são nas brechas da lei que desafios como o MOMO aparecem.
Não há, por exemplo, uma determinação clara de como se fazer cumprir a norma,
principalmente porque as tecnologias estão mudando a todo tempo, segundo a
consultora da Alana.
É preciso ficar atento porque as formas de acessar os dados
podem ser das mais simples, como ganhar a confiança da criança para que ela
conte sobre a vida pessoal e rotina da família, até às mais elaboradas, como o
envio de links duvidosos, códigos e programas maldosos que podem roubar senhas,
contatos e informações em perfis sociais.
Para situações assim, o melhor mesmo é prevenir, monitorando
e dando orientações às crianças sobre os contatos que fazem, os conteúdos que
acessam e as informações que divulgam.
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