A Petrobras e a empresa norueguesa Equinor (ex-Statoil)
assinaram hoje (26) um memorando de entendimentos para o desenvolvimento
conjunto de negócios para atuarem no segmento de energia eólica offshore no
Brasil. As empresas já vêm investigando outras áreas potenciais de cooperação,
incluindo desenvolvimento de iniciativas em energias renováveis. O acordo foi
assinado no stand da estatal no Rio Oil & Gas 2018, no RioCentro.
No projeto, as empresas têm uma planta piloto para escala
industrial com cataventos com capacidade de geração de 6 a 10 megawatts (MW),
que, segundo o diretor, estão entre os maiores cataventos aerogeradores no
mundo. Eles serão instalados em Guamaré, no Rio Grande do Norte.
Segundo a Petrobras, a Equinor opera três parques eólicos na
costa do Reino Unido e desenvolve outros projetos eólicos offshore no Reino
Unido, Alemanha e nos Estados Unidos. A empresa, líder mundial em captura e
armazenamento de carbono (CCS), é pioneira no desenvolvimento de soluções para
projetos de eólicas offshore para águas profundas.
Energia renovável
O diretor de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão da
Petrobras, Nelson Silva, disse que o plano da estatal para o período 2019/2023
dará mais espaço para investimentos em energia renovável. O plano deve ser
anunciado no início de dezembro. “Diferente de planos anteriores, que a gente
mencionava uma intenção, agora a gente vai começar a caminhar mais nessa
direção”, disse.
A Petrobras tem quatro parques eólicos no Rio Grande do
Norte, com 104 MW de capacidade, que foram negociados no Ambiente de
Comercialização Regulado (ACR) no leilão de energia de reserva de 2009 e
entraram em operação em 2011. Ainda no Rio Grande do Norte, a companhia tem uma
planta de pesquisa e desenvolvimento em energia solar fotovoltaica de 1,1 MW,
onde estão sendo avaliadas as operações de quatro tipos de tecnologia.
“A gente quer caminhar nessa direção, coisa que não pudemos
fazer nesses últimos dois, três anos, porque estávamos com foco na recuperação
financeira da companhia. Agora podemos olhar um pouco mais adiante”.
Silva disse que nada será feito sem aprovação de projetos por
meio do processo de governança passando por todas as etapas. “O projeto de
renováveis não vai ser tratado de maneira diferente de qualquer outro projeto de
capital da companhia”.
Crescimento de participação
Segundo o diretor, se for viável, a estatal poderá aumentar a
participação em energia renováveis. “Se forem identificadas oportunidades que
podem ser desenvolvidas, a intenção é dedicar parte do capital da companhia
para esses projetos, mas antes de tudo isso vem a análise econômica. Tem que
ser viável economicamente falando”.
Para o diretor, a participação em renováveis é uma tendência
do mercado de energia mundial. Apesar de representar ainda uma parcela menor do
total da matriz mundial, é a que mais cresce. “É passo a passo, não será uma
mudança radical. Já estamos com atividade nessa área, ainda que modesta, mas a
gente quer crescer um pouco mais”.
“Tenho apostado e apoiado todas as iniciativas nesse sentido,
pois acredito ser excelente alternativa para minimizar os impactos ambientais e
potencializar o balanço financeiro positivo para nossas empresas na geração de
mais oportunidades”, reforçou Antonio Souza.
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