O Ministério da Educação (MEC) anunciou a criação de uma nova
modalidade do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), o SiSU transferência, para
preenchimento de vagas remanescentes em instituições públicas de ensino
superior. A informação foi dada no fim da manhã desta quinta-feira, 20 de
setembro, na coletiva de imprensa do Censo da Educação Superior 2017.
A criação do SiSU transferência será discutida com
instituições públicas e a previsão do MEC é de que até o fim de outubro haja
uma proposta concreta para o preenchimento das oportunidades remanescentes.
Vagas remanescentes
Em 2017, 99 mil vagas em instituições superiores não foram
ocupadas. De acordo com o Censo, o quantitativo chega aos 2,8 milhões se somar
com as oportunidades ociosas de anos anteriores. As vagas remanescentes ficaram
disponíveis para preenchimento em 2017, mas cerca de 70% delas não foram
preenchidas.
Durante a coletiva, o ministro Rossieli Soares ressaltou que
a ociosidade destas oportunidades é um desperdício de dinheiro público, já que
é algo que está se acumulando há anos. “Com certeza, temos muitos estudantes
que sonham em estudar em uma universidade pública, mesmo tendo algum tipo de
bolsa ou financiamento em instituição privada”, afirma.
Motivos da ociosidade
O grande número de desistências nas graduações, em especial
nas licenciaturas, é um motivo que causa o aumento na quantidade de vagas
ociosas.
O MEC chama a atenção para os estudantes que usam o SiSU para
entrar em instituições de estados e regiões diferentes dos locais em que eles
moram. De 329 mil estudantes que entraram em universidades e institutos
públicos, um quinto fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) novamente para
mudar de curso ou universidade, mesmo com matrículas ativas. De acordo com o
Censo, esse é outro motivo para o aumento nas vagas remanescentes.
Censo da Educação Superior
O Censo da Educação Superior é um levantamento feito pelo MEC
de forma anual. O objetivo é reunir dados e estatísticas sobre todas as
instituições de ensino superior do Brasil (públicas e privadas) e seus cursos.
As informações são disponibilizadas para toda a população.
O Censo possibilita um estudo dos padrões encontrados na
educação superior brasileira; traça um perfil dos estudantes, professores e
equipe administrativa das instituições; detecta o crescimento e a queda de
matrículas e seus motivos e outros fatores que podem auxiliar na criação de
políticas públicas voltadas para a educação no Brasil.
Crescimento da Educação a Distância (EaD): indo contra a
maré, os cursos a distância apresentaram crescimento significativo, um aumento
de 17,6% em 2017. Com 1,7 milhão de estudantes, a modalidade representa 21,2%
dos alunos de graduação do país. Se comparado aos últimos dez anos, a ampliação
foi de 226% no EaD contra 19% nos cursos presenciais.
Queda nos cursos presenciais: este é o segundo ano
consecutivo em que cursos presenciais apresentam queda no número de matrículas.
A queda representa 0,4% dos ingressos confirmados em 2017.
Crescimento nos cursos tecnológicos: Os cursos tecnológicos
apresentaram crescimento após dois anos de queda. De acordo com o Censo, o
principal motivo do aumento de alunos nestes cursos é a adesão da modalidade
EaD, a qual apresenta grande oferta de graduações voltadas para tecnologia.
Importância de bolsas e financiamento: 46% dos alunos da rede
privada usam alguma bolsa de estudos ou financiamento estudantil para suas
graduações.
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