O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, anunciou hoje (1º), em
Brasília, que ainda este mês será finalizado um acordo com a indústria de
alimentos processados para a redução do nível de açúcar em vários produtos.
Segundo ele, nesse primeiro momento, a proposta vai incluir
iogurtes, achocolatados, sucos em caixinha, refrigerantes, bolos e biscoitos.
“Cada um terá um nível de redução de açúcar, que será
estabelecido até 2021, quando sentaremos novamente com a indústria para definir
um novo patamar”, disse Occhi, durante o lançamento de uma pesquisa sobre
perfil da população idosa brasileira.
O ministro disse que o acordo com a indústria é uma das ações
preventivas contra problemas de saúde que poderão contribuir para a melhoria da
qualidade de vida população em crescente envelhecimento no país.
Atualmente, os idosos representam 14,3% dos brasileiros, ou
seja, 29,3 milhões de pessoas.
Vivendo mais
A expectativa de vida do brasileiro aumentou 30 anos nas
últimas sete décadas, passando de pouco mais de 45 anos de idade para 75 anos.
“Temos que cuidar desde a infância para que nossa população
tenha uma vida cada vez mais saudável. As pessoas com mais de 60 anos precisam
ter práticas físicas e diagnósticos cada vez mais precoces sobre possíveis
doenças crônicas”, disse o ministro da Saúde.
De acordo com o estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 75,3% das 9,4 mil
pessoas com 50 anos ou mais, entrevistadas em 70 municípios brasileiros,
dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). A pesquisa aponta que,
por este cenário, os investimentos no sistema são fundamentais para reduzir as
desigualdades sociais em saúde.
Um dos pontos de alerta feito pelos pesquisadores é o de que
o envelhecimento da população é uma realidade irreversível que ainda ocorre de
forma “profundamente desigual”. As diferenças econômicas, segundo eles,
refletem diretamente na qualidade de vida dessas pessoas.
Hipertensão lidera doenças
O leque de doenças que mais afetam esse público é liderado
pela hipertensão (mais da metade dos entrevistados), seguida por dores na
coluna, artrite e depressão.
O levantamento mostrou que quase 30% dos idosos sofrem com
duas ou mais doenças crônicas e que, nos últimos 12 meses, 10,2% dos
entrevistados relataram que foram hospitalizados pelo menos uma vez.
A insegurança nas áreas urbanas também foi destacada no
diagnóstico apresentado pela Fiocruz e UFMG, que mostrou que 85% dos idosos com
50 anos ou mais vivem em cidades.
Mais de 40% dos ouvidos disseram ter medo de cair nas ruas em
função do estado de calçadas e passeios. Outros 36% declararam o temor em
atravessar ruas.
“Saúde é uma responsabilidade de todos. Estamos falando de
educação, de saneamento, de mobilidade urbana. Todos nós, como governo de
maneira global, temos que adotar medidas”, defendeu o ministro da Saúde.
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