Avaliação
está na ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária do Banco
Central (Copom) que também apontou queda do PIB no primeiro trimestre deste
ano.
Por:
Visão do Araripe
O Comitê de Política
Monetária do Banco Central (Copom)
avaliou nesta terça-feira (14) que a economia brasileira vem crescendo num
ritmo abaixo do esperado e que continua exposta a "incertezas" e que,
por isso, precisa de mais tempo para decidir os "próximos passos da
política monetária."
A avaliação está na
ata da mais recente reunião do Copom, que aconteceu na semana passada. Nela, o
Banco Central (BC)
decidiu, pela 9ª vez seguida, manter a taxa básica de juros da economia, a
Selic, em 6,5%
ao ano.
"O Copom julga
importante observar o comportamento da economia brasileira ao longo do tempo,
livre dos efeitos remanescentes dos diversos choques a que foi submetida no ano
passado e, em especial, com redução do grau de incerteza a que a economia
brasileira continua exposta", diz a ata.
"O comitê
considera que esta avaliação demanda tempo e não deverá ser concluída a curto
prazo. O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária
continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos
e das projeções e expectativas de inflação", continua o texto.
Taxa Selic e a inflação
Todos
os anos o governo fixa metas de inflação que precisam ser perseguidas pelo
Banco Central. Para este ano, a meta central de inflação é de 4,25%.
O sistema, porém,
prevê uma margem para cima e para baixo desse número, o que significa que o BC
terá cumprido a meta caso a inflação oficial no ano varie fique dentro desse
intervalo. Para 2019 ele vai de 2,75% a 5,75%.
A principal arma do
Banco Central para atingir a meta de inflação é a taxa Selic. Se há indicativo
de que a inflação ficará acima da meta, o BC eleva a Selic. A medida se reflete
nos juros cobrados pelas instituições financeiras em geral e o crédito no país
fica mais caro.
O objetivo é fazer
com que o consumo caia, o que leva a desaceleração da inflação. Entretanto,
também afeta o crescimento da economia e gera desemprego.
Por outro lado, se há
indicativos de que a inflação está dentro da meta, o Banco Central pode baixar
a taxa Selic. Mais uma vez, essa ação se reflete nos juros cobrados pelos
bancos, que tendem a cair, estimulando a economia.
Recuo do PIB
A
ata do Copom também destaca que indicadores apontam para um desempenho da
economia brasileira "aquém do esperado" no primeiro trimestre e da
probabilidade de queda no Produto Interno Bruto (PIB) no período.
"Os indicadores
disponíveis sugerem probabilidade relevante de que o Produto Interno Bruto
(PIB) tenha recuado ligeiramente no primeiro trimestre do ano, na comparação
com o trimestre anterior, após considerados os padrões sazonais", diz o
texto.
O Copom também
avaliou que "os riscos associados a uma desaceleração da economia global
permanecem e que incertezas sobre políticas econômicas e de natureza
geopolítica podem contribuir para um crescimento global ainda menor", o
que se refletiria no Brasil.
De acordo com o
Copom, porém, a expectativa é de retomada do crescimento nos próximos meses.
"Os membros do
Copom avaliam que o processo de recuperação gradual da atividade econômica
sofreu interrupção no período recente, mas o cenário básico contempla sua
retomada adiante."
Essa recuperação do
crescimento econômico, aponta a ata, depende do avanço das reformas,
notadamente a da Previdência, mas também de outras medidas para aumentar a
produtividade no país e a "flexibilidade da economia", além da
melhoria do ambiente de negócios.
Fonte: Fabio
Amato – G1- Brasília
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