quarta-feira, 8 de maio de 2019

Gestores de universidades federais temem encerramento de atividades e apontam dificuldade para pagar contas


     Campus Recife da UFPE — Foto: Ascom UFPE/Divulgação

Segundo representantes da UFPE, UFRPE e Univasf, corte anunciado pelo MEC pode comprometer a manutenção de contratos e afetar graduações e pós-graduações.

Por: Visão do Araripe

Com o anúncio de corte nas verbas das 63 universidades públicas federais feito pelo Ministério da Educação (MEC), gestores das três instituições de Pernambuco temem o encerramento de atividades nas áreas de graduação e pós-graduação. Eles também apontam a dificuldade para manter contratos e pagar contas de água e energia.

A redução de 30% nas verbas das instituições federais em todo o Brasil foi anunciada no dia 30 de abril. A divulgação ocorreu depois das reações críticas ao corte de recursos de três universidades públicas: a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal da Bahia (Ufba).

O corte no orçamento das federais é tema de um encontro marcado para esta quarta-feira (8), na sede da UFRPE, na Zona Norte do Recife.
Em entrevista ao Bom Dia Pernambuco desta quarta, o pró-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Thiago Galvão, afirmou que o corte de R$ 55,8 milhões já foi aplicado no orçamento de 2019 da instituição.

“Isso representa mais de 50% do que a gente tinha previsto para os contratos do ano inteiro. Vai ser ruim para o segundo semestre e pode paralisar as pesquisas ou as atividades de graduação”, diz.

Com 40 mil alunos na graduação e na pós-graduação nos campi do RecifeVitória de Santo Antão e Caruaru, a UFPE também pode ter o comprometimento da segurança dos estudantes, segundo o gestor. “A gente tem contratos de segurança e, se formos obrigados a demitir pessoas, vamos colocar nossos alunos em risco”, afirma o pró-reitor.

Na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), o corte é de R$ 27,9 milhões. Para a reitora da universidade, Maria José de Sena, a diminuição do orçamento pegou os gestores de surpresa.

“Ninguém está fazendo drama. Somos gestores públicos e temos responsabilidade com o orçamento público. Em momento algum a Associação Nacional dos Reitores foi chamada. Não temos como fazer mágica, não tem milagre”, diz.

 Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) fica na Zona Norte do Recife — Foto: Reprodução/TV Globo

Com um campus da instituição sendo instalado em Garanhuns, no Agreste, a reitora da UFRPE não sabe se a transição vai ser efetivamente feita. “Hoje não temos mais a garantia. Esperamos que o Ministério da Educação nos escute”, diz Maria José.

Na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina, no Sertão, a determinação de MEC provoca o corte de R$ 11 milhões do orçamento de 2019. Esse dinheiro seria destinado a ações de graduação e pós-graduação.

A medida também restringe 84% do capital de investimento, ou seja, R$ 6 milhões do orçamento programado, incluindo emendas parlamentares.

“No momento em que temos um corte, precisamos deixar de pagar serviços. Muito em breve, não poderemos pagar as faturas de água e energia e temos que fazer a demissão de pessoas que prestam serviços à nossa universidade. São pessoas muito importantes, mas poderemos perdê-las”, diz o reitor da instituição, Julianeli Tolentino de Lima.

     Campus Sede da Univasf em Petrolina — Foto: Leciane Lima/TV Grande Rio

Fonte: G1 PE e TV GLOBO

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