Governador do Amazonas, Wilson Lima — Foto: Camila Henriques/G1 AM
Mais
cedo, ministro da Justiça havia dito que disponibilizaria vagas em unidades
federais. Em dois dias, 55 presos foram mortos em complexo prisional.
Por:
Visão do Araripe
Nove
detentos do sistema prisional do Amazonas devem ser transferidos para presídios
federais até o fim desta semana. A informação é do governador Wilson Lima. A
decisão ocorre após a morte de 55 presos em quatro cadeias de Manaus em
menos de 48 horas.
Os
nomes dos detentos e os crimes pelos quais eles respondem não foram informados
pelo governador.
Ao G1,
ele disse que o levantamento dos envolvidos no massacre ainda está em andamento
e que, à medida que os presos forem identificados, o governo fará o pedido ao
Ministério da Justiça e Segurança para transferência deles.
"A
gente quer transferir ainda essa semana. São cabeças e são líderes de grupos
criminosos", informou o governador.
Na
madrugada desta terça-feira (28), o ministro Sergio Moro informou, via Twitter,
que o Governo Federal vai disponibilizar as unidades
federais para receber presos do AM.
Familiares de presos protestam na entrada de presídios de Manaus — Foto: Ive Rylo/G1 Amazonas
Além
de fazer a transferência de presos, o Ministério da Justiça e Segurança Pública
enviará uma Força-tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) para
atuar dentro das unidades prisionais. Há mais de dois anos, homens da Força
Nacional atuam nos entornos dos presídios.
Na
segunda-feira (27), o Governo do Amazonas afirmou que as mortes foram motivadas
por um racha entre presos que integravam o mesmo grupo criminoso e que atua no
tráfico de drogas no Estado.
Umanizzare
Os
presídios que registraram as 55 mortes são administrados pela Umanizzare.
Questionado sobre a permanência da empresa no sistema prisional do Amazonas,
Wilson disse que irá "cumprir o contrato [renovado] na gestão anterior à
dele", mas que a terceirizada será substituída ainda em 2019.
"Já
contratamos um estudo e [vamos], nos próximos 30 dias, lançar um processo
licitatório para troca da Umanizzare. Tem um trâmite legal, mas, até o fim do
ano, a expectativa é que tenhamos uma outra empresa. Nós vamos trocar. Estamos
lançando um processo licitatório para que isso aconteça, para diminuir gastos e
tornar o sistema mais eficiente", disse.
Massacre
em 2017
Essa não foi a primeira matança de presos
no Amazonas. Em janeiro de 2017, 56 detentos morreram após uma rebelião no Compaj, que durou mais de 17
horas.
Um
relatório do Ministério Público (MP-AM) feito naquele ano apontou que, para
cuidar de um detento do Compaj, a Umanizzare cobrava R$ 4,7 mil mensais.
Apesar
desse valor mais alto, o então governo do estado renovou os contratos com a
empresa para continuar administrando os presídios. Só o Compaj custava aos
cofres públicos, em 2017, R$ 5 milhões por mês. Na ocasião, a empresa disse que
o relatório sobre os serviços prestados demonstravam o cumprimento integral dos
termos dos contratos assinados com o governo do Amazonas.
Na
semana passada, o G1 apurou junto à Vara de Execuções
Penais que o custo médio do preso no Amazonas varia, atualmente, entre R$ 4 e R$
4,2 mil.
Fonte: Camila
Henriques - G1 AM
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