RECIFE, 16h31: Manifestação em defesa da educação é realizada no Recife nesta quinta-feira (30) — Foto: Reprodução/TV Globo
Manifestantes
fazem passeata nesta quinta-feira (30). Ato é contra o bloqueio de verbas para
universidades e institutos federais feito pelo Ministério da Educação.
Por: Visão do Araripe
Estudantes e representantes de sindicatos,
associações e movimentos sociais protestam no Centro do Recife, nesta quinta-feira (30), contra o bloqueio de verbas para universidades e institutos
federais feito pelo Ministério da Educação (MEC).
Quinze dias após o ato anterior, eles se concentraram em frente
ao Ginásio Pernambucano, na Rua da Aurora, no Centro da cidade e saíram em
passeata às 16h50. Outras cidades do estado também tiveram manifestações em defesa da educação.
RECIFE, 17h17: Em defesa da educação, manifestantes saem em passeata pelas ruas do Centro da capital — Foto: Edilson Segundo/G1
"O presidente Jair Bolsonaro não voltou atrás com os cortes. Não vamos parar
enquanto ele não suspender o contingenciamento até que ele entenda que só com a
educação o Brasil vai voltar a avançar", afirma a presidente da União dos
Estudantes de Pernambuco (UNE-PE), Manuella Mirella.
O estudante do 2º ano, Igor Gabriel, de
17 anos, participa do ato com um grupo de amigos da Escola Estadual Paulo
Guerra, no bairro de Tejipió. "Viemos lutar pelos nossos direitos, por uma
educação melhor", diz o adolescente, que pretende cursar engenharia civil
na universidade.
RECIFE, 16H05: Concentração do ato acontece em frente ao Ginásio Pernambucano, na Rua da Aurora — Foto: Edilson Segundo/G1
Agentes da Autarquia de Trânsito e
Transporte Urbano do Recife (CTTU) monitoram o ato. O trajeto da passeata
inclui a Rua João Lira, Rua dos Palmares, Avenida Cruz Cabugá, Rua do Hospício,
Avenida Conde da Boa Vista, Avenida Guararapes, tendo a Praça da Independência
como destino final.
RECIFE, 16h: Manifestantes se reúnem na Rua da Aurora nesta quinta-feira (30) — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
Outros
atos
Na manhã desta quinta-feira (30), outros atos em defesa da educaçãoforam
realizados em diferentes cidades de Pernambuco. Além do Recife, também foram
registradas manifestações em Barreiros, na Zona da Mata; e em Caruaru e Garanhuns, no Agreste e Araripina no Sertão.
Por volta das 10h, estudantes,
professores e servidores da Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE) realizaram um "abraço simbólico" ao prédio da
instituição, no bairro de Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife. A mobilização
também contou com apresentações de pesquisas e projetos de extensão em aulas de
rua.
Em
Barreiros, estudantes criticaram cortes de recursos para o Instituto
Federal de Pernambuco (IFPE). A concentração para a mobilização
começou às 7h. Com faixas e cartazes, alunos saíram do campus, na zona rural, e
caminharam até o Centro do município, às 9h. Eles fizeram uma aula aberta à
população e encerraram o ato por volta das 11h.
Em
Caruaru, o protesto começou às 9h e contou com a participação de estudantes, professores e servidores
do IFPE. Também foram para o ato em defesa da educação
universitários e estudantes das rede pública de ensino médio. A concentração
ocorreu na frente de um hotel no Centro da cidade. O grupo seguiu em passeata
pelas ruas da região.
Aulas
De acordo com a Secretaria de Educação e
Esportes de Pernambuco, durante a manhã desta quinta, 5% das escolas aderiram
totalmente à mobilização, outros 5% aderiram parcialmente e 91% das unidades de
ensino funcionaram normalmente. Segundo o governo estadual, as escolas que
deixaram de funcionar farão um cronograma de reposição de aula para que não
haja prejuízo ao calendário letivo.
RECIFE, 10h50: Ginásio Pernambuco, na Zona Norte do Recife, permaneceu fechado na manhã da quinta-feira (30) Foto: Isabela Veríssimo/G1
De
acordo com a Prefeitura do Recife, em balanço divulgado por volta das 14h, das
309 unidades de ensino, 16 não funcionaram, 250 funcionaram de forma parcial e
27 funcionaram normalmente. A administração municipal informa que não conseguiu
contato com as 16 restantes.
As
universidades Federal de Pernambuco (UFPE) e a
Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) afirmam que, oficialmente, as atividades
foram mantidas, mas coube a cada professor decidir se haveria aula, mesma
posição da Universidade de Pernambuco (UPE). Em
Barreiros, segundo a prefeitura, as aulas ocorreram normalmente nas escolas da
rede pública da cidade.
Impactos
No início de maio, a UFRPE e IFPE
apontaram que, somado, o bloqueio no orçamento de 2019 chega a R$ 45,8
milhões. No IFPE, o impacto é de mais de R$ 22,2 milhões. A UFRPE,
por sua vez, teve R$ 23,6 milhões bloqueados pelo MEC. Por meio de comunicados,
as instituições lamentaram o corte e apontaram os efeitos da decisão.
Entenda os cortes na educação
Em
decreto de março que bloqueou R$ 29 bilhões do Orçamento 2019, o governo federal contingenciou R$ 5,8 bilhões da
educação
Desse
valor, R$ 1,704 bilhão recai sobre o ensino superior federal
Em
maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)
informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado
Os
cortes e a suspensão motivaram os protestos de 15 de maio
Após
os atos, o governo disse que liberaria mais recursos para a educação, mas manteve o corte já anunciado em março
Nesta
quinta, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos recomendou que o governo reveja os bloqueios
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