Ministro da Economia disse que se
Congresso não aprovar projeto de crédito suplementar, travará pagamentos do
governo
Por:
Visão do Araripe
O ministro da Economia,
Paulo Guedes, disse que, se o Congresso Nacional não aprovar o projeto de
crédito suplementar de R$ 248 bilhões, necessário para cumprir a regra de ouro,
travará os pagamentos do governo. De acordo com o ministro, sem o crédito, os
pagamentos de subsídios param em junho, de benefícios assistenciais em agosto
e, do Bolsa Família, em setembro. “Tenho que apostar que o Congresso vai
aprovar o crédito suplementar”, completou ele, durante audiência da Comissão
Mista de Orçamento (CMO).
Guedes
reforçou a necessidade de aprovação da reforma da Previdência e disse que o
crescimento desses gastos pode impedir a tentativa do governo de “salvar o
País”. “Pode não dar tempo”, afirmou.
Ele
ponderou ainda que, como ministro da Economia, “manda muito pouco” e que não é
ele quem decide onde são feitos cortes orçamentários, já que o presidente Jair
Bolsonaro indica as prioridades do governo. “As pessoas acham que eu tenho
muito mais poder do que eu tenho. O poder está em quem vai sancionar leis”, concluiu.
Imposto
sobre dividendos
O
ministro da Economia afirmou ainda que há outros temas que precisam ser
endereçados no contexto econômico como, por exemplo, a tributação em cima de
dividendos, mas que a reforma da Previdência é mais urgente neste momento. “Não
vou cuidar do imposto em dividendos agora porque daí a Previdência já explodiu.
É preciso desarmar essa bomba”, disse.
Conforme Guedes, uma
eventual mudança em impostos tem impacto somente no ano seguinte e, por causa
disso, pode ser tratada depois.
Ele
garantiu, contudo, que irá tratar desse tema, mas que começou a endereçar o
descontrole dos gastos pelo lado que acha “mais certo”.
“Se
aumentar os impostos agora, posso destruir os poucos investimentos que temos. É
preciso agir com muito cuidado. Vamos olhar isso também (tributação de
dividendos), apagar o problema de excesso de desonerações”, enfatizou Guedes.
Privatizações
Questionado
sobre o momento de fazer privatizações no governo de Jair Bolsonaro, o ministro
da Economia afirmou que é um movimento para fazer “ontem, anteontem”. Ponderou,
entretanto, que há uma “coisa com mais urgência”, referindo-se à reforma da
Previdência.
“Não posso nem pensar em
correr para vender empresas estatais. Salim (Mattar) está correndo, conversando
com bancos, mapeando potencial, conversando com dentro dos próprios
ministérios”, explicou Guedes, referindo-se ao secretário Especial de
Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar.
Fonte: Estadão
– G1
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