Desembargador Kassio Marques, vice-presidente do TRF1, derrubou uma
liminar concedida na segunda-feira (6) que barrava a licitação
O desembargador Kassio
Marques, vice-presidente do TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), derrubou
uma liminar (decisão provisória) concedida na segunda-feira (6)
pela primeira instância da Justiça Federal para suspender um processo de licitação
do STF (Supremo Tribunal Federal) para a compra
de refeições, incluindo itens como filé de lagosta, vinhos premiados e uísque
envelhecido.
O magistrado atendeu ao
pedido da AGU (Advocacia-Geral da União), que recorreu em nome do STF, após a
juíza Solange Salgado, da 1ª Vara Federal de Brasília, ter suspendido o edital
de licitação para o pregão eletrônico.
Em sua decisão, o
desembargador Kassio Marques afirmou não considerar que a “licitação se
apresente lesiva à moralidade administrativa”.
Para o desembargador, por ser órgão de cúpula do Poder Judiciário, cabe ao
Supremo exercer atividades de representação e relacionamento institucionais,
motivo pelo qual o pregão se justifica por “qualificar o STF a oferecer
refeições institucionais às mais graduadas autoridades nacionais e
estrangeiras, em compromissos oficiais nos quais a própria dignidade da
Instituição, obviamente, é exposta”.
Ele afirmou ainda que a
competência para julgar o assunto fosse, na verdade, da 8ª Vara Federal, onde
uma primeira ação popular contra a licitação havia sido aberta e, por esse
motivo, a decisão da 1ª Vara não tem validade, escreveu o desembargador.
Suspensão
Na segunda, a juíza Solange
Salgado atendeu a um pedido feito via ação popular pela deputada federal Carla
Zambelli (PSL-SP), que questionou a legalidade e moralidade da compra. Na
decisão, a magistrada entendeu que a aquisição de refeições e bebidas
alcoólicas "de apurado e elevado padrão gastronômico" pode ser
prejudicial ao patrimônio público.
A juíza entendeu que a licitação
não era necessária para o regular funcionamento do STF, e que “os itens
exigidos destoam sobremaneira da realidade socioeconômico brasileira,
configurando um desprestígio ao cidadão brasileiro que arduamente recolhe seus
impostos para manter a máquina pública funcionando a seu benefício."
O resultado da licitação foi
fechado na semana passada. A empresa vencedora levou um contrato de R$ 463 mil
para o fornecimento de café da manhã, bebidas alcoólicas, como uísques,
espumantes e vinhos. Entre os pratos quentes que devem ser servidos estão bobó
de camarão, camarão à baiana, bacalhau à Gomes de Sá e medalhão de lagosta. Os
serviços serão solicitados por demanda.
Fonte: Agência
Brasil.
0 comentários:
Postar um comentário