Apreensões
de iate, helicópteros e carros aconteceram na quinta-feira (30). Dentro das
celas onde estão os presos da Operação Mar Aberto, foram encontrados R$ 3 mil.
Por: Visão do Araripe
Com
a segunda fase da Operação Mar Aberto,
deflagrada na quinta (30) para investigar crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiroe organização
criminosa que teriam sido praticados pelo DJ Jopin e por integrantes de sua família,
a Polícia Civil apreendeu um patrimônio estimado em cerca de R$ 20 milhões.
Os
bens devem ser leiloados para que o valor subtraído com a lavagem de dinheiro
volte aos cofres públicos. "Como os bens são frutos de lavagem de
dinheiro, são muito valiosos e podem se deteriorar, precisamos fazer a
alienação antecipada para que haja um leilão e os valores possam ser revertidos
ao estado", diz a delegada Priscila Von Sohsten, responsável pela
operação.
Iate está entre os bens apreendidos pela Polícia Civil durante a Operação Mar Aberto II — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Ao
todo, foram apreendidos um iate de 145 pés, dois helicópteros, sete carros,
sendo seis de colecionador e uma Ferrari. As apreensões ocorreram no Recife;
em Diadema, em São Paulo; e em Cabedelo,
na Paraíba.
"O
que nos chama a atenção é que todos eles estavam em nome de terceiros, por isso
que não conseguimos alcançá-los na primeira fase. Essa é uma característica da
lavagem de dinheiro, a tentativa de ocultação dos bens", afirma a
delegada.
Também
foram encontrados três celulares e R$ 3 mil dentro das celas em que os presos
estão no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. Os
telefones encontrados na unidade prisional devem passar por perícia.
"Ainda
não sabemos o motivo dessa utilização dos celulares, mas a investigação vai
continuar para saber se existem outras pessoas envolvidas", declara
Priscila.
Outros
prejuízos
Segundo o secretário-executivo da
Fazenda de Pernambuco, Anderson Freire, não houve prejuízo apenas em relação à
sonegação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
"Em somente um dos veículos apreendidos, uma BMW, há um débito de R$ 34
mil em IPVA [Imposto sobre Propriedade de Veículos
Automotores]. Juntando quatro veículos, o débito é de R$ 70
mil", diz.
O grupo econômico não atuava com
empresas chamadas de "laranja", mas, de acordo com a Secretaria da
Fazenda de Pernambuco, essa é uma prática que traz danos econômicos ao estado.
"Nos últimos cinco anos, foram movimentados R$ 2,8 bilhões em Pernambuco
por empresas 'laranja'. Desse total, R$ 3,5 milhões foram sonegados nesse
período", afirma Freire.
Entenda o caso
A primeira fase da Operação Mar Aberto, deflagrada
no dia 9 de maio, cumpriu nove mandados de prisão. Além do DJ Jopin, o
empresário José Pinteiro Costa Neto, pai do artista, foi preso e apontado como
o líder da organização. Também foram presas as seguintes pessoas:
Andrea Bandeira de Melo Pinteiro (esposa
de José Pinteiro)
Victoria
Bandeira de Melo Pinteiro (filha de José Pinteiro)
Aníbal
Teixeira de Vasconcelos Pinteiro (sobrinho de José Pinteiro e sócio da We Do)
Adriana
Bandeira Vieira de Melo (cunhada de José Pinteiro)
Rômulo
Robérico Tavares Ramos (operador financeiro)
Patrícia
de Lima Oliveira (esposa de Rômulo e "laranja")
Matheus
Felipe Fonseca Nascimento ("laranja")
Ao longo do mês de maio, as quatro
mulheres foram soltas após pedidos de habeas corpus. Os cinco homens detidos
permanecem presos.
Além
das prisões, foram apreendidos 34 veículos, R$ 24 mil em espécie, obras de
arte, relógios, joias e também foram bloqueados 15 imóveis.
Fonte: Marina
Meireles – G1 PE