Pelo menos 41 integrantes da Polícia Federal, entre
delegados, agentes, escrivães e papiloscopistas, pretendem concorrer a uma vaga
de senador, deputado federal e deputado estadual nas eleições deste ano.
Como efeito da Operação Lava Jato, o número de agentes
candidatos pulou de 16, em 2014, primeiro ano da investigação, para 26 neste
ano. Outros 15 delegados tentarão um cargo eletivo em 2018.
A Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) vai
lançar nesta terça-feira (22) uma “frente de agentes” da PF para as eleições.
Seis pré-candidatos são filiados ao PSL, partido do
presidenciável Jair Bolsonaro, incluindo seu filho, Eduardo, candidato à
reeleição na Câmara de Deputados, dois são filiados ao PPS, dois ao
Solidariedade, dois ao PROS, dois à Rede, dois ao PRP, um ao PSDB e um ao PSB,
além de outros partidos nanicos.
Entre os pré-candidatos está Plínio Ricciardi (PSD), que
ganhou atenção ao ser filmado em operações da Lava Jato no Rio de Janeiro
conduzindo políticos presos, como Jorge Picciani (MDB), ex-presidente da
Assembleia Legislativa do Rio. Ricciardi e seu irmão foram apelidados nas redes
sociais de “Gêmeos da Federal”.
Outro pré-candidato é Flávio Werneck, presidente do Sindicato
dos Policiais Federais no Distrito Federal e vice-presidente da Fenapef.
“A sociedade está apostando nos policiais federais para
combater a corrupção na política”, disse Luis Antônio Boudens, presidente da
Fenapef.
Na campanha de 2014, cinco policiais federais foram eleitos
em cargos diversos. Neste ano, 15 delegados, segundo a ADPF (Associação dos
Delegados da Polícia Federal), confirmaram a disposição de competir nas
eleições.
Nenhum atuou nas investigações das duas maiores praças da
operação: Paraná e Rio de Janeiro. Hoje há apenas dois delegados com mandato de
deputado federal: Fernando Francischini (PSL-PR) e Marcos Reátegui (PSD-AP).
Para o presidente da ADPF, Edvandir Paiva, a participação de
policiais federais na política não atinge a imagem da Polícia Federal. São
cerca de 3 mil delegados ativos e inativos, segundo Paiva, e apenas 15
candidatos.
“Não dá para dizer que isso represente qualquer risco para a
Polícia Federal.
É preciso manter a neutralidade da Polícia Federal, que é o
nosso maior patrimônio. Quem entra na política, naturalmente acaba prejudicando
sua carreira dentro da polícia, ele não pode conduzir determinadas
investigações, para a PF não ser acusada de partidarismo. É uma preocupação nossa
e da direção da PF. Por outro lado, o delegado tem o direito de ser candidato,
apresentar suas propostas”, disse Paiva.
Ao sair candidato, o policial fica afastado três meses das
suas funções na PF, e enquanto durar a campanha. Se eleito, ele se licencia da
corporação. Com informações da Folhapress.
0 comentários:
Postar um comentário