O presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam),
José Araújo Silva (China) reconheceu que o governo atendeu todos os pedidos da
categoria, mas que a greve deve persistir enquanto o preço do diesel não cair
nas bombas. Ele disse que está informando os termos do acordo, fechado no
domingo, aos líderes do movimento em 12 estados, mas que alguns já disseram que
a paralisação vai continuar. Entre eles, caminhoneiros da Paraíba, de
Tocantins, Sergipe, além de Santos (SP).
— Acho que a greve não vai acabar facilmente. O preço do
diesel continua o mesmo na bomba, nada mudou — destacou China.
Ele afirmou que não tem poder para acabar com a greve, que
começou de maneira “voluntária”, depois do “descaso” do governo com a
categoria. China participou da reunião no Planalto, na quinta-feira, mas não
quis assinar o primeiro acordo fechado pelo governo com demais entidades da
categoria. China contou que não foi chamado para participar da reunião de
domingo no Planalto, quando foi firmado novo acordo, na tentativa de pôr fim à
paralisação.
As declarações de líderes do movimento mostram que a crise de
desabastecimento no país ainda está longe de acabar. O preço do diesel só deve
cair nas bombas de maneira mais efetiva depois que o Congresso aprovar o
projeto da reoneração da folha de pagamento das empresas e a proposta foi sancionada
pelo presidente Michel Temer — quando serão editadas todas as medidas para
reduzir a carga tributária sobre o combustível.
A votação do projeto, que passou pela Câmara dos Deputados e
está no Senado, foi a contrapartida negociada pela equipe econômica para
compensar perda de receitas com o corte nos tributos incidentes sobre o diesel
(Cide e PIS e COFINS.
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