quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Reitor da Univasf considera positiva decisão do STF de garantir liberdade de expressão e autonomia das universidades


O reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Julianeli Tolentino, considerou positiva a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), publica na última segunda-feira (5), em sua página eletrônica, referente a garantir às universidades o pleno exercício de direito constitucional de livre manifestação de pensamento e liberdade de expressão. A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 548, apreciada em sessão do STF do último dia 31 de outubro, também foi vista com bons olhos entre a comunidade universitária, que durante o recente período eleitoral foi diretamente atingida por ações judiciais que reprimiram a realização ou a continuidade de atividades acadêmicas – postura que, conforme decisão do STF, vai de encontro ao direito legítimo da liberdade de cátedra e ao princípio da autonomia das instituições.

Nos últimos meses, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e universidades vinculadas à entidade têm se manifestado publicamente e junto às autoridades competentes contra iniciativas que incitem o descumprimento dos respectivos direitos, amparados pela Constituição Federal e em legislação específica, a exemplo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação  (LDB).
                   
Para Julianeli, o entendimento do STF reflete o pensamento das instituições que se colocam em defesa do Estado Democrático de Direito, da educação, da universidade e de suas autonomias. Embora na Univasf não tenha ocorrido ação explícita por parte de agentes públicos, tanto em Petrolina (PE) quanto em Juazeiro (BA),  a Reitoria entende que atos desta natureza, evidenciados em algumas universidades do País, atingem todas as demais, coletivamente.

“São direitos garantidos em nossa Constituição e qualquer iniciativa que, de algum modo, busque inibir estes preceitos e princípios constitucionais ou que prejudiquem o seu pleno exercício, afeta toda a comunidade universitária e, portanto, devem ser levados às instâncias competentes para o respectivo ajuste ao ordenamento jurídico, como demonstrado na decisão do STF, cuja atuação foi exemplar, sem dar margem a interpretações equivocadas”, enfatizou.

Envolvimento coletivo

Julianeli destaca, ainda, a importância do envolvimento e da participação da comunidade acadêmica e da sociedade como um todo neste debate, que visa à consolidação de uma universidade ainda mais consciente do seu papel e coerente com as funções institucionais das quais está incumbida. Ele ressalta que eventuais tentativas de cerceamento à liberdade de cátedra, à liberdade de expressão e à livre manifestação do pensamento na Univasf ou que busquem a intimidação, o constrangimento de professores, técnicos ou de estudantes devem ser comunicadas à Reitoria para que as demandas destes segmentos sejam representadas formalmente pela universidade.



Por Carlos Britto 

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