Levantamento da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas
(CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que 29% dos
trabalhadores brasileiros têm receio médio ou alto de serem demitidos. De
acordo com a pesquisa, embora esse número esteja em patamar considerável, o
percentual de trabalhadores que temem o desemprego é inferior aos dos últimos três
meses.
Os dados compõem o Indicador de Confiança do Consumidor de
outubro, que não esboçou reação significativa e ficou estável nos 42,3 pontos
ante os 41,9 pontos de setembro. Segundo o levantamento, 36% dos entrevistados
avaliam como baixa a probabilidade de demissão, enquanto 35% acham que não há
esse risco. De modo geral, 45% dos entrevistados declararam ter ao menos uma
pessoa desempregada em sua residência.
Nos demais quesitos que fazem parte do estudo, oito em cada
dez brasileiros avaliam de forma negativa as condições do atual cenário
econômico, enquanto 17% consideram o desempenho regular, e apenas 2% enxergam o
quadro de forma positiva. Entre os que avaliam o clima econômico como ruim, 68%
culpam o desemprego elevado, 58% o aumento nos preços, 36% as altas taxas de
juros e 27% a desvalorização do real.
Sobre as expectativas quanto ao futuro do quadro econômico,
42% dos brasileiros não afirmaram se as condições econômicas do país estarão
melhores ou piores nos próximos seis meses, período que já engloba o mandato do
novo presidente da República. De acordo com a pesquisa, 21% dos entrevistados
avaliam de forma positiva, ao passo que 32% estão declaradamente pessimistas.
O desemprego e o receio de que a inflação saia do controle
são os fatores que mais pesam entre os pessimistas, enquanto a maior parte dos
otimistas (43%) não sabe explicar as razões desse sentimento e 33% apostam em
um cenário político mais estável.
Quando a análise se detém na avaliação sobre a própria vida
financeira, 45% dos brasileiros avaliam sua situação financeira como ruim,
enquanto 47% classificam como regular, e apenas 8% avaliam de forma positiva.
Para a maioria dos consumidores que partilham da visão negativa (47%), o alto
custo de vida é a razão mais citada. O desemprego fica em segundo lugar, citado
por 41%, ao passo que 26% culpam a queda da renda familiar.
Em relação ao futuro da própria condição financeira, seis em
cada dez entrevistados acham que o quadro vai melhorar nos próximos seis meses,
contra apenas 12% que acreditam em pioras. Há ainda 27% que se declararam
neutros.
De acordo com o SPC Brasil, o emprego é um dos fatores que
mais impactam na confiança do consumidor, e que enquanto o mercado de trabalho
não mostrar sinais vigorosos de recuperação, a confiança do trabalhador seguirá
retraída. A entidade ressalta ainda que, apesar da visão quanto a situação
econômica do país, o consumidor sabe que aumentar o próprio controle financeiro
pode ajudá-lo a enfrentar o ambiente adverso.
Foram entrevistados 800 consumidores a respeito da avaliação
sobre o momento atual da economia; a avaliação sobre a própria vida financeira;
a percepção sobre o futuro da economia e a percepção sobre o futuro da própria
vida financeira. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que
resultados acima de 50 pontos ostram uma percepção mais otimista do consumidor.
Por Lucas Scatolini - Estagiário da Agência Brasil * São Paulo
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