Até o final deste ano, o câncer de
próstata – segundo tipo mais comum entre os homens – deve atingir 68 mil
brasileiros, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Já a Hiperplasia
Benigna da próstata (HBP) – doença mais comum do órgão que não tem relação com
o câncer – pode atingir cerca de 2 milhões de homens anualmente no Brasil, de acordo
com informações do Hospital Israelita A. Einstein. Nesse sentido, a campanha do
Novembro Azul alerta a sociedade sobre a importância da prevenção e do
tratamento das doenças masculinas.
De acordo com estudo realizado pelo
Instituto de Pesquisa Datafolha, muitos homens não vão ao urologista por
preconceito. Segundo o levantamento, 48% dos entrevistados alegaram não ir ao
médico por machismo, pois 21% deles acham que o exame “não é coisa de homem”.
Dentro do grupo de risco (homens acima de 60 anos), 38% não consideram
relevante fazer o exame preventivo. Já entre os homens de 50 a 59 anos, 35%
nunca fizeram o exame de toque retal.
“Como o câncer de próstata não
apresenta nenhum sintoma característico, muitos pacientes descobrem que têm a
doença quando o tumor já está em estágio avançado. É importante que o homem se
informe sobre os benefícios do exame para que não deixe o preconceito ou o medo
prejudicar a prevenção e o diagnóstico do câncer“, explica Fernando Leão, urologista e cirurgião
robótico.
Os exames de toque retal e o PSA –
marcador dosado no sangue que ajuda a avaliar se há alguma alteração na
próstata – são as principais maneiras de se rastrear o câncer de próstata.
Fernando Leão afirma que, além da prevenção, quanto mais cedo o diagnóstico da
doença for feito, maiores são as chances de sucesso no tratamento.
“A recomendação é que os homens
comecem a frequentar o urologista aos 50 anos, uma vez por ano. Caso tenham
histórico de parentes com câncer ou sejam negros – grupo que, de acordo com
estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Bristol, tem três vezes
mais riscos de apresentar a condição, o ideal é começar a se consultar aos 45
anos”, finaliza o especialista.
Evolução no tratamento
O tratamento cirúrgico para o Câncer
de Próstata consiste na retirada total do órgão. Existem três formas para a
realização da prostatectomia: cirurgia convencional aberta, ou por
laparoscopia, ou com o uso de um robô (método mais avançado).
Sobre a cirurgia robótica, o médico
afirma: “Foi um grande avanço para o tratamento cirúrgico do câncer de
próstata, promovendo redução dos efeitos colaterais como disfunção erétil,
incontinência urinária, infecção cirúrgica e transfusão sanguínea“. A técnica
reduz, ainda, o tempo de internação hospitalar e o tempo de uso de sonda na
bexiga no pós-operatório. No entanto, o médico alerta que a chance de cura está
diretamente ligada ao momento em que foi feito o diagnóstico.
HPB
A Hiperplasia Benigna da Próstata
(HBP) atinge cerca de 80% dos homens com mais de 50 anos (aproximadamente 14
milhões de brasileiros) e é responsável pela perda da qualidade de vida em
homens acima dos 60 anos. Apesar de ser uma doença benigna, a HBP pode causar
transtornos no padrão miccional, com sintomas como jato urinário fraco, ardência
para urinar, esvaziamento vesical incompleto, sangue na urina, incontinência
urinária e até mesmo retenção urinária.
Tratamento
Atualmente, é possível tratar a
doença de forma minimamente invasiva, utilizando terapia com laser verde para
diminuir o tamanho da próstata. O procedimento de Fotovaporização Seletiva da
Próstata (PVP) é mais efetivo e apresenta menos sangramento e riscos ao
paciente, reduzindo o tempo de recuperação e internação quando comparado à
cirurgia tradicional. As informações são da Agência Noar.
CARLOS BRITTO
0 comentários:
Postar um comentário