Confira o que vai entrar e o que vai sair no novo modelo de
currículo que vai se popularizar em breve.
As transformações em curso no mercado de trabalho chegam –
com certo atraso diriam recrutadores “moderninhos” – a um dos documentos mais
tradicionais das seleções de emprego: o currículo
Sem passar por grandes mudanças há décadas no Brasil, a
versão clássica do currículo vai ganhar novos dados profissionais e deixar de
lado algumas informações.
Candidatos a estágio e trainee são os primeiros a entrar em
contato e a adotar a novas formas de apresentação. Vídeos, links para redes
sociais e outras plataformas digitais não são novidade nas principais seleções
de jovens no mercado brasileiro.
Ficar de olho no que aconteceu na última e no que vem por aí
na próxima temporada de trainees, por exemplo, pode trazer bons insights sobre
o que deve ocorrer em outros níveis hierárquicos, segundo Lucas Oggiam,
consultor da Page Personnel. Pesquisar as seleções em mercados internacionais,
também.
“O currículo é um reflexo do que o entrevistador quer ver.
Por isso é um jeito no Brasil, nos Estados Unidos é de outro, na Europa e na
Ásia também”, diz Oggiam.
O modelo de currículo ideal para quem tem pouca experiência
Confira o que vai entrar e o que vai sair no novo modelo de
currículo:
1. Sem informações pessoais nem nome da universidade
Você já ouviu falar em currículo cego? É uma tendência
mundial de mercado que elimina do currículo detalhes de gênero, raça, idade,
nacionalidade, endereço.
Iniciais substituem o nome e até o endereço de email é
adaptado para que não “denuncie” nenhuma informação pessoal do candidato.
Por aqui, esse tipo de ajuste no currículo para evitar
interferência de preconceito no julgamento que um recrutador faz de um
candidato, é raro, mas existe.
No Nubank por exemplo, uma parte da seleção é feita às
cegas. “Empresas que estão pensando à frente consideram isso um avanço natural,
mas ainda depende da mentalidade do gestor da vaga em si”, diz Oggiam.
Mudar a cultura da chefia no Brasil vai levar tempo, mas é
caminho sem volta. Na França por exemplo, empresas com mais 50 funcionários são
obrigadas por lei a usar o currículo cego. Na Holanda e no Reino Unido essa
política também já ganhou força.
2. Sem fotos
Há quase uma década no mercado brasileiro de recrutamento,
Oggiam ainda recebe currículos com foto. O espaço da imagem deve, desde já, ser
substituído por links para redes sociais, como o LinkedIn, por exemplo.
“Não me recordo de nenhum recrutador, que hoje em dia tenha
contratado alguém sem fazer uma pesquisa sobre o candidato no LinkedIn ou em
outra rede social”, diz o consultor da Page Personnel.
3. Menos atribuições e mais resultados
Nas seleções tem importado menos a descrição das tarefas
diárias de um profissional e mais os resultados atingidos por ele.
A tendência de o currículo destacar o que o profissional
atingiu em vez de meramente descrever sua função na empresa começou nos Estados
Unidos.
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