O presidente do Senado, Eunício
Oliveira (MDB-CE), afirmou, hoje, que a reforma da Previdência “vai sair
defeituosa” se for aprovada antes da eleição, em outubro. Segundo ele, as
modificações no texto para viabilizar sua aprovação não resolveriam o problema,
seriam “superficiais” e acabariam dificultando um debate mais profundo na
disputa eleitoral.
“O presidente Michel Temer está
obstinado, mas, se não for aprovada agora, (a reforma) pode sair em novembro.
Ela deve ser discutida na próxima eleição, pois candidatos têm que dizer o que
vão fazer com o dinheiro público. Se sair agora, vai sair defeituosa e o
próximo presidente vai dizer ‘ah, já foi feita'”, declarou Eunício.
O emedebista voltou a avaliar que
o governo errou na estratégia de comunicação sobre a reforma, no ano passado, e
que a proposta foi “mal vendida”. “Tem coisa que pega e tem coisa que não pega”
avaliou. Ele considerou que, se a proposta fosse apenas sobre a questão da
idade mínima, teria sido aprovada em 2017.
Apesar das críticas, ele disse
que não descarta a possibilidade da reforma ainda ser aprovada na Câmara no fim
do mês. Caso isso ocorra, ele disse que não levará a proposta diretamente para
o plenário do Senado, e que o tema precisará, pelo menos, passar pela Comissão
de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa.
Ele voltou a lamentar que a
Câmara tenha tido mais de um ano para analisar o projeto, enquanto o Senado
terá menos tempo. E disse ainda que, se fosse Temer, diria que “já fez sua
parte” sobre a reforma. Reconhecendo as dificuldades para aprovar a matéria, o
presidente da República disse a mesma frase na semana passada.
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