Embora os casos confirmados de febre amarela tenham diminuído
no Brasil nas últimas três semanas, segundo boletins do Ministério da Saúde, o
vírus continua se expandindo pelo país, de acordo com especialistas.
A entomologista Maria Anice Sallum, professora do
Departamento de Epidemiologia da USP, afirma que o vírus está se dispersando
por regiões onde não ocorria anteriormente, caminhando pelo litoral em direção
à região Sul. “O brasileiro terá que conviver com a doença, assim como faz com
a dengue”, explica.
Segundo Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade
Brasileira de Imunizações (SBIm), o vírus persiste circulando nas matas em regiões
onde não circulava. “A epidemia está em decréscimo, como era de se esperar, por
causa da sazonalidade da doença. Tende a desaparecer casos em humanos, mas o
vírus continua circulando”.
O vírus circula no Norte e Centro-Oeste o ano todo,
consideradas regiões endêmicas da doença. Ele explica que a novidade foi sua
litoralização, a migração o vírus para o litoral, até então, zona livre de
febre amarela. “Vamos ter que conviver com a febre amarela em regiões de mata
na região Sudeste como já convivemos nas regiões Norte e Centro-Oeste”.
O Ministério da Saúde afirmou, por meio de nota, que o número
de casos confirmados de febre amarela tem diminuído, embora casos suspeitos
ainda estejam sendo notificados pelos Estados e municípios.
Atualmente, há mais de mil casos da doença em investigação
espalhados por 23 Estados brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. Apenas
três do total, não apresentam nenhuma suspeita da doença: Acre, Roraima e
Sergipe.
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