quinta-feira, 26 de abril de 2018

Criança morre após pai utilizar compressas de “álcool” para baixar a febre e médicos alertam



Em um caso que ocorreu em Shenzhen, Dongguan, na China, um pai, identificado apenas como Chang, provocou a morte de seu filho, Xiao Dong, de apenas dois anos, após utilizar uma compressa de álcool para baixar a febre da criança.

O caso reacendeu um debate sobre métodos caseiros pouco seguros para tratar doenças, de acordo com informações do R7.



Na esperança de reduzir a temperatura corporal de Dong, o pai utilizou álcool para fazer uma compressa nas axilas da criança, que em seguida desmaiou. Inconsciente, ele foi levado às pressas a um hospital em Shenzhen, mas morreu no dia seguinte por intoxicação de metanol.



Segundo o médico do caso, Ma Weike, quando chegaram ao hospital, os pais da criança não sabiam que o álcool teria causado o desmaio.



“Eles pensaram que a febre tinha o feito perder a consciência”, disse. “Os pais acreditaram que o álcool poderia ser usado para baixar a temperatura do corpo, mas não perceberam que uma dosagem alta, estimada em um litro de álcool industrial, poderia ser fatal”. Ao contrário do que eles pensavam, metanol não é o mesmo que etanol. O etanol sim, é um álcool usado tanto em utilidades domésticas como em bebidas alcoólicas. Já o metanol é tóxico para nós humanos, e é usado apenas em processos industriais.



O episódio, segundo o professor de pediatria da Faculdade da Santa Casa de São Paulo, Marco Aurélio Safadi, em entrevista ao R7, serve de alerta para outros pais, embora não se saiba ao certo até que ponto o álcool contribuiu para morte do menino chinês. No entanto, ele salientou que a prática não é recomendada.



“Infelizmente, ainda existem muitas mães que acreditam que a compressa de álcool baixa a febre”, disse. “No entanto, é um procedimento que traz riscos e não deve ser feito. Pode causar queimaduras na pele na criança e, como o álcool é volátil, pode ser inalado e intoxicar a criança. Esses efeitos contraindicam formalmente essa prática”.



Segundo ele, outro erro muito comum envolve os banhos frios com álcool, que além de provocar desconforto, provocam tremedeiras. O método pode levar a um efeito conhecido como rebote, que causa vasoconstrição periférica, elevando ainda mais a temperatura. “Febre não é um bicho de sete cabeças, mas caso haja necessidade de uma intervenção, até que o antitérmico aja, a mãe pode lançar mão do banho, mas um banho morno, que não gere desconforto na criança”, explicou. “Álcool, é bom salientar, é contraindicado e não baixa a febre”.



Atualmente, a maioria dos pediatras recomenda que a febre só seja medicada se a temperatura for superior a 37,8°C. Segundo a enfermeira Anne Lima, especialista em medicina antroposófica, em entrevista ao R7, é possível aliviar os sintomas e modular a temperatura do corpo com compressas de limão nas pernas.



“Este procedimento alivia temporariamente os sintomas desagradáveis sem impedir que a febre faça seu papel sanador”, disse. “Para fazer a compressa é preciso duas faixas de aproximadamente 20 cm de tecido de algodão, 1 limão com a casca (o óleo etéreo presente na casca é muito importante), uma tigela média, água morna, plástico para proteger o colchão e uma toalha grande”.



Segunda ela, o procedimento é bem simples. Basta colocar a água na bacia ou tigela, cortar a metade do limão com casca dentro da água e reservar a outra metade. Depois, esprema o limão e deixe-o dentro da água com a casca. Em seguida, enrole as duas faixas como ataduras e coloque-as dentro do recipiente. Torça-as levemente, uma de cada vez, e depois envolva as pernas, começando abaixo da linha do joelho até os pés. Nunca envolva os pés antes de aquecê-los com massagem, se estes estiverem muito frios.



Em seguida, mantenha as faixas até elas aqueceram. Isto demonstrará que o calor se deslocou para a região onde deve predominar. Repita o procedimento quantas vezes forem necessárias, sempre renovando a água e o limão. Ao final, seque os pés e pernas e os cubra com uma meia, colocando duas rodelas de limão (com casca) no centro do pé.

FONTE: JORNAL CIÊNCIA E R7




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