Em um caso que ocorreu em Shenzhen, Dongguan, na China, um
pai, identificado apenas como Chang, provocou a morte de seu filho, Xiao Dong,
de apenas dois anos, após utilizar uma compressa de álcool para baixar a febre
da criança.
O caso reacendeu um debate sobre métodos caseiros pouco
seguros para tratar doenças, de acordo com informações do R7.
Na esperança de reduzir a temperatura corporal de Dong, o pai
utilizou álcool para fazer uma compressa nas axilas da criança, que em seguida
desmaiou. Inconsciente, ele foi levado às pressas a um hospital em Shenzhen,
mas morreu no dia seguinte por intoxicação de metanol.
Segundo o médico do caso, Ma Weike, quando chegaram ao
hospital, os pais da criança não sabiam que o álcool teria causado o desmaio.
“Eles pensaram que a febre tinha o feito perder a
consciência”, disse. “Os pais acreditaram que o álcool poderia ser usado para
baixar a temperatura do corpo, mas não perceberam que uma dosagem alta,
estimada em um litro de álcool industrial, poderia ser fatal”. Ao contrário do
que eles pensavam, metanol não é o mesmo que etanol. O etanol sim, é um álcool
usado tanto em utilidades domésticas como em bebidas alcoólicas. Já o metanol é
tóxico para nós humanos, e é usado apenas em processos industriais.
O episódio, segundo o professor de pediatria da Faculdade da
Santa Casa de São Paulo, Marco Aurélio Safadi, em entrevista ao R7, serve de
alerta para outros pais, embora não se saiba ao certo até que ponto o álcool
contribuiu para morte do menino chinês. No entanto, ele salientou que a prática
não é recomendada.
“Infelizmente, ainda existem muitas mães que acreditam que a
compressa de álcool baixa a febre”, disse. “No entanto, é um procedimento que
traz riscos e não deve ser feito. Pode causar queimaduras na pele na criança e,
como o álcool é volátil, pode ser inalado e intoxicar a criança. Esses efeitos
contraindicam formalmente essa prática”.
Segundo ele, outro erro muito comum envolve os banhos frios
com álcool, que além de provocar desconforto, provocam tremedeiras. O método
pode levar a um efeito conhecido como rebote, que causa vasoconstrição
periférica, elevando ainda mais a temperatura. “Febre não é um bicho de sete
cabeças, mas caso haja necessidade de uma intervenção, até que o antitérmico
aja, a mãe pode lançar mão do banho, mas um banho morno, que não gere
desconforto na criança”, explicou. “Álcool, é bom salientar, é contraindicado e
não baixa a febre”.
Atualmente, a maioria dos pediatras recomenda que a febre só
seja medicada se a temperatura for superior a 37,8°C. Segundo a enfermeira Anne
Lima, especialista em medicina antroposófica, em entrevista ao R7, é possível
aliviar os sintomas e modular a temperatura do corpo com compressas de limão
nas pernas.
“Este procedimento alivia temporariamente os sintomas
desagradáveis sem impedir que a febre faça seu papel sanador”, disse. “Para
fazer a compressa é preciso duas faixas de aproximadamente 20 cm de tecido de
algodão, 1 limão com a casca (o óleo etéreo presente na casca é muito
importante), uma tigela média, água morna, plástico para proteger o colchão e
uma toalha grande”.
Segunda ela, o procedimento é bem simples. Basta colocar a
água na bacia ou tigela, cortar a metade do limão com casca dentro da água e
reservar a outra metade. Depois, esprema o limão e deixe-o dentro da água com a
casca. Em seguida, enrole as duas faixas como ataduras e coloque-as dentro do
recipiente. Torça-as levemente, uma de cada vez, e depois envolva as pernas,
começando abaixo da linha do joelho até os pés. Nunca envolva os pés antes de
aquecê-los com massagem, se estes estiverem muito frios.
Em seguida, mantenha as faixas até elas aqueceram. Isto
demonstrará que o calor se deslocou para a região onde deve predominar. Repita
o procedimento quantas vezes forem necessárias, sempre renovando a água e o
limão. Ao final, seque os pés e pernas e os cubra com uma meia, colocando duas
rodelas de limão (com casca) no centro do pé.
FONTE: JORNAL CIÊNCIA E R7
0 comentários:
Postar um comentário