O relator do inquérito da PGR é Marco Aurélio e a defesa do
senador tem a expectativa de que a denúncia seja rejeitada pela Corte
Por Estadão Conteúdo access_time 16 abr 2018, 13h05
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Brasília - O senador Aécio Neves comparece ao plenário do
Senado e retoma seu mandato. Aécio havia sido afastado por determinação da
Primeira Turma do STF, a pedido da PGR, em 18/10/2017
Aécio: o senador aparece em uma gravação em que pede R$ 2
milhões ao empresário Joesley Batista, um dos donos da J&F (Marcelo
Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)
São Paulo – A primeira Turma do Supremo Tribunal Federal
(STF), composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Marco Aurélio Mello, Luiz
Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso, julga nesta terça-feira, 17, se recebe
a denúncia oferecida pela Procuradoria-geral da República (PGR) contra o
senador Aécio Neves (PSDB-MG) pelos supostos crimes de corrupção passiva e
obstrução de Justiça, instaurado em maio de 2017, com base na delação da JBS.
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O relator do inquérito é Marco Aurélio e a defesa do senador
tem a expectativa de que a denúncia seja rejeitada pela Corte. Aécio aparece em
uma gravação em que pede R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos
donos da J&F, que administra a JBS, sob a justificativa de que precisava
pagar despesas com sua defesa na Lava Jato.
Nesse inquérito, também são investigados a irmã do senador,
Andréa Neves, seu primo Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima,
ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (MDB-MG).
Na conversa gravada entre Joesley e Aécio, base para a
denúncia, eles acertam o pagamento dos R$ 2 milhões em quatro parcelas de R$
500 mil. Aécio enviou o primo, Fred, e disse: “Tem que ser um que a gente mata
ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o
Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara”.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, acusou Aécio
de usar o cargo para atingir “objetivos espúrios” ao pedir o recebimento da
denúncia, que havia sido feita pelo seu antecessor, Rodrigo Janot.
“O teor das articulações de Aécio Neves, obtidas por meio das
interceptações telefônicas, ilustra de forma indubitável que a conduta do acusado,
que procurou de todas as formas que estavam ao seu alcance livrar a si mesmo e
a seus colegas das investigações, não se cuidou de legítimo exercício da
atividade parlamentar. Ao contrário, o senador vilipendiou de forma decisiva o
escopo de um mandato eletivo e não poupou esforços para, valendo-se do cargo
público, atingir seus objetivos espúrios”, afirmou Raquel Dodge.
EXAME
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