O consumidor deve preparar o bolso porque a conta de luz vai
ficar mais cara nos próximos meses, reflexo das previsões de menos chuvas na
região dos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de geração de
energia do país. Com isso, entra em vigor a chamada bandeira vermelha –
mecanismo criado para sinalizar ao cliente eventuais reduções na oferta de
energia.
A bandeira tarifária vermelha nível 2, que já foi acionada em
junho, acrescenta 5 reais às contas de luz a cada 100 kilowatts-hora
consumidos. “Significa dizer que haverá um adicional de 1,5% no valor da
tarifa”, calcula Guilherme Medeiros, responsável pela regulação e tarifas da
Thymos Energia.
De acordo com ele, o acréscimo deve ser pago pelos
consumidores até novembro, quando começam as chuvas e as cobranças tendem a
voltar para a bandeira verde. “Nós esperamos que a bandeira vermelha 2 continue
até o fim do ano”, diz relatório do banco UBS.
“Existe um certo consenso. Vários agentes de mercado estão
indo nessa linha, até novembro com bandeira vermelha, por uma questão
principalmente de hidrologia. Apesar de a carga não estar crescendo como se
esperava, a hidrologia está ficando bem abaixo da média”, disse o presidente da
comercializadora Copel Energia, Franklin Miguel.
O sistema de bandeiras – verde, amarela, vermelha 1 e
vermelha 2 – é usado para indicar o patamar tarifário da conta de luz. Exceto
pela verde, na qual não há cobrança extra, a tarifa fica mais cara na vigência
das demais. A medida é uma forma de compensar o acionamento das usinas
termoelétricas, cuja operação é mais cara, em momentos em que os reservatórios
estão em níveis baixos.
Mais caro
Nos últimos três anos, a conta de energia elétrica
residencial subiu 13,7% acima da inflação, conforme estudo realizado pela
Safira Energia. Entre fevereiro de 2015 e maio de 2018, o Índice de Preço ao
Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, acumulou variação de 19,7%. No
mesmo período, a energia elétrica residencial subiu 33,4%.
“O consumidor tem visto uma escalada gradual das tarifas de
energia, bem acima da inflação, e não há perspectiva de que os preços caiam até
o fim do ano”, observa o consultor sênior de negócios da Safira, Josué
Ferreira, ao destacar que os índices de reajuste vão variar de acordo com a
região, mas certamente se situarão ainda acima da inflação.
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