Dentro dessa “rede coordenada” para a divulgação de fake news
estão diversas contas associadas ao Movimento Brasil Livre (MBL), entre elas o
perfil de Renan Santos, um dos coordenadores do grupo. Pelo Twitter, o MBL se
posicionou, dizendo que foram “derrubados perfis de pessoas reais”, que, se
tratavam, dizem, de “blogs e perfis que eram públicos e apresentavam fontes de
tudo que diziam”.
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O Facebook não divulgou, em seu comunicado, os nomes das
páginas nem os conteúdos que foram apontados como sendo falsos. Entre as
páginas que estão fora do ar estão as dos site Jornalivre e O Diário Nacional e
a do movimento Brasil 200, grupo de empresários liderado pelo empresário Flávio
Rocha, que até a semana passada era pré-candidato à Presidência da República
pelo PRB com o apoio do MBL.
Fontes ouvidas pela agência Reuters afirmaram que a rede
social identificou a participação de membros importantes do MBL na
administração da rede de notícias falsas. O Movimento Brasil Livre se tornou
conhecido no Brasil entre 2015 e 2016, quando foram um dos principais grupos a
liderar processos durante o processo de impeachment que cassou a ex-presidente
Dilma Rousseff (PT).
As mesmas fontes disseram à agência que os membros do MBL
deturpavam o controle compartilhado de páginas, ocultando a real direção, para
divulgar mensagens de forma coordenada, apresentando as notícias como se estas
viessem de diferentes veículos de comunicação independentes uns dos outros.
‘Operações de informação’
No ano passado, a empresa reconheceu que sua plataforma havia
sido usada para o que chamou de “operações de informação” que usaram perfis
falsos e outros métodos para influenciar a opinião pública durante a eleição
norte-americana de 2016, e prometeu combater as fake news.
Agências de inteligência dos Estados Unidos afirmam que o
governo russo realizou uma campanha online para influenciar as eleições no
país, e casos de grupos políticos que usam a rede social para enganar as
pessoas têm surgido pelo mundo desde então.
Não há indicação de envolvimento estrangeiro na rede do MBL
tirada do ar nesta quarta-feira, de acordo com as fontes. O Facebook disse que
retirou a rede do ar no Brasil após uma “rigorosa investigação” porque os
perfis envolvidos eram falsos ou enganadores, violando sua política de
autenticidade. A rede social tem um conjunto separado de ferramentas para
combater a disseminação de notícias falsas com a ajuda de empresas externas de
checagem de fatos.
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