Os primeiros sinais de queda nas coberturas vacinais em todo
o país começaram a aparecer ainda em 2016. De lá para cá, doenças já
erradicadas voltaram a ser motivo de preocupação entre autoridades sanitárias e
profissionais de saúde. Amazonas, Roraima, Rio Grande do Sul, Rondônia e Rio de
Janeiro são alguns dos estados que já confirmaram casos de sarampo este ano. Em
2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) o
certificado de eliminação da circulação do vírus.
Dados do Ministério da Saúde mostram que a aplicação de todas
as vacinas do calendário adulto está abaixo da meta no Brasil – incluindo a
dose que protege contra o sarampo. Entre as crianças, a situação não é muito
diferente – em 2017, apenas a BCG, que protege contra a tuberculose e é
aplicada ainda na maternidade, atingia a meta de 90% de imunização. Em 312
municípios, menos de 50% das crianças foram vacinadas contra a poliomielite.
Apesar de erradicada no país desde 1990, a doença ainda é endêmica em três países
– Nigéria, Afeganistão e Paquistão.
Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe, que será
realizada entre os dias 23 de abril a 1º de junho em todo país, no Centro de
Saúde Pinheiros, região oeste.
Sociedade Brasileira de Imunizações defende uma taxa de
imunização de 95% do público-alvo (Arquivo/Agência Brasil)
O grupo de doenças pode voltar a circular no Brasil caso a
cobertura vacinal, sobretudo entre crianças, não aumente. O alerta é da
Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), que defende uma taxa de imunização
de 95% do público-alvo. O próprio Ministério da Saúde, por meio de comunicado,
destacou que as baixas coberturas vacinais identificadas em todo o país acendem
o que chamou de “luz vermelha”.
Confira as principais doenças que ensaiam um retorno ao
Brasil caso as taxas de vacinação não sejam ampliadas.
Sarampo
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral,
grave, transmissível e extremamente contagiosa. Complicações infecciosas
contribuem para a gravidade do quadro, particularmente em crianças desnutridas
e menores de um 1 ano de idade.
Os sintomas incluem febre alta acima de 38,5°C; erupções na
pele; tosse; coriza; conjuntivite; e manchas brancas que aparecem na mucosa
bucal, conhecidas como sinais de Koplik e que antecedem de um a dois dias antes
do aparecimento da erupção cutânea.
A transmissão do sarampo acontece de quatro a seis dias antes
e até quatro dias após o aparecimento do exantema (erupção cutânea). O período
de maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e dois dias após o início da
erupção cutânea.
Poliomielite
Causada por um vírus que vive no intestino, o poliovírus, a
poliomielite geralmente atinge crianças com menos de 4 anos de idade, mas
também pode contaminar adultos.
A maior parte das infecções apresenta poucos sintomas e há
semelhanças com as infecções respiratórias como febre e dor de garganta, além
das gastrointestinais, náusea, vômito e prisão de ventre.
Cerca de 1% dos infectados pelo vírus pode desenvolver a
forma paralítica da doença, que pode causar sequelas permanentes, insuficiência
respiratória e, em alguns casos, levar à morte.
Rubéola
A rubéola é uma doença aguda, de alta contagiosidade,
transmitida pelo vírus do gênero Rubivirus. A doença também é conhecida como
sarampo alemão.
No campo das doenças infectocontagiosas, a importância
epidemiológica da rubéola está associada à síndrome da rubéola congênita, que
atinge o feto ou o recém-nascido cujas mães se infectaram durante a gestação. A
infecção na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe, como aborto e
natimorto (feto expulso morto) e para os recém-nascidos, como surdez,
malformações cardíacas e lesões oculares.
Os sintomas da rubéola incluem febre baixa e inchaço dos
nódulos linfáticos, acompanhados de exantema. A transmissão acontece de pessoa
para pessoa, por meio das secreções expelidas pelo doente ao tossir, respirar,
falar ou respirar.
Difteria
Doença transmissível aguda causada por bacilo que
frequentemente se aloja nas amígdalas, na faringe, na laringe, no nariz e,
ocasionalmente, em outras mucosas e na pele. A presença de placas
branco-acinzentadas, aderentes, que se instalam nas amígdalas e invadem
estruturas vizinhas é a manifestação clínica típica da difteria.
A transmissão acontece ao falar, tossir, espirrar ou por
lesões na pele. Portanto, pelo contato direto com a pessoa doente. O período de
incubação da difteria é, em geral, de um a seis dias, podendo ser mais longo.
Já o período de transmissibilidade dura, em média, até duas semanas após o
início dos sintomas.
AGÊNCIA BRASIL
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