Levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
mostra que o país tem um déficit de 3.305 leitos de unidades de Tratamento
Intensivo (UTIs) específicos para o acolhimento de crianças que nasceram antes
de 37 semanas e que apresentam quadros clínicos graves ou que necessitam de
observação. Segundo a entidade, no Brasil nascem quase 40 prematuros por hora,
ou mais de 900 por dia.
O Departamento Científico de Neonatologia da SBP estima que a
proporção ideal de leitos de UTI neonatal é de no mínimo quatro para cada grupo
de mil nascidos vivos. De acordo com dados do Cadastro Nacional de
Estabelecimento de Saúde (CNES), existem atualmente 8.766 leitos do tipo no
país, públicos e privados, que correspondem a 2,9 leitos por mil nascidos
vivos.
Se considerados apenas os leitos oferecidos pelo Sistema
Único da Saúde (SUS), a taxa cai para 1,5 leitos a cada mil nascidos vivos,
levando em conta as 4.677 unidades disponíveis para essa rede.
Campanha
Por causa dessa realidade, a SBP vai lançar a campanha
Nascimento Seguro, na abertura do 7º Simpósio Internacional de Reanimação
Neonatal, que será realizado de hoje (5) a sábado (7) em Foz do Iguaçu (PR). A
entidade alerta para a necessidade de garantir a presença de um pediatra nas
salas de parto, para o atendimento imediato de intercorrências, e da
qualificação de médicos e demais profissionais da saúde.
Também é defendida a humanização da assistência à mulher
gestante, pela oferta de leito de internação e local para a realização do
parto, com presença de equipe e estrutura adequadas; apoio ao aleitamento
materno e realização de campanhas de esclarecimento sobre a importância da
prevenção de doenças.
Incentivo
Segundo o Ministério da Saúde, o número de leitos de UTI
neonatal que atendem pelo SUS aumentou em aproximadamente 10% entre 2015 e
2018, totalizando 4.697 leitos disponíveis na rede pública em todo o Brasil.
“Desde 2011, o Ministério da Saúde incentiva a abertura de novos serviços por
meio da Rede Cegonha, que garante recursos adicionais para os gestores. Foram
investidos mais de R$ 230 milhões na estratégia”, informa a pasta.
O ministério acrescenta que o tempo de internação pode variar
de 10 a 52 dias, dependendo das características da população assistida, e que a
estimativa de 3 mil leitos se refere apenas a um serviço analisado. Segundo a
pasta, cabe aos gestores estaduais e municipais definirem a quantidade de
leitos de UTI neonatais que devem ser oferecidos à sua população. “Todos os
municípios devem ter uma referência de atendimento, ou seja, podem organizar em
um conjunto de cidades e estado os serviços oferecidos à população local”, diz
em nota.
AGÊNCIA BRASIL
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